O presidente da Cooperativa Central Oeste Catarinense (Coopercentral Aurora), Mário Lanznaster, de Chapecó (SC), confirmou ontem que os avicultores vão mesmo reduzir a produção de frangos em 20%, conforme orientação da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (ABEF). Significa um decréscimo de 80 mil frangos/dia no abate diário da Aurora, que é de 420 mil/dia. Lanznaster afirma que a redução do alojamento de pintinhos no campo inicia agora. "Existe muita oferta de carnes de frangos no mercado interno e a exportação está muito pequena. Estamos perdendo dinheiro".Lanznaster diz que o último trimestre deste ano foi muito ruim, as exportações caíram de uma média de 10 mil a 12 mil toneladas por mês, para duas mil toneladas em novembro. "Primeiro foi a crise internacional, com projeções de queda do consumo mundial e a conseqüente suspensão das compras de produtos brasileiros por importantes parceiros do mercado internacional, redução das exportações e diminuição de embarques.
Depois as enchentes em Itajaí que destruíram parcialmente o porto responsável por 40% da exportação total de frangos brasileiro. Acho que agora coisa ruim não vem mais", comenta. Depois da paralisação do porto de Itajaí, a Aurora praticamente não exportou mais. Os principais mercados da cooperativa na área de frangos são a Europa, para onde embarca peito; Japão e Hong Kong para onde envia coxas e sobre coxas.
Lanznaster afirma que investimentos de R$ 871 milhões na área de aves e suspensos temporariamente nos municípios de Carazinho (RS) e Canoinhas (SC) estão ainda sem data de retomada. Cada uma das indústrias inclui incubatórios, granjas-matrizes e fábrica de rações. Conforme o projeto, cada uma ocupará área de 100 hectares, com previsão de abate de 300 mil aves por dia e geração de 3.200 empregos.
Para 2009, a Coopercentral espera um ajuste no mercado. Lanznaster acredita que os embarques do setor poderão voltar a crescer a partir do segundo trimestre, tornando possível um crescimento de 5% no ano, em comparação a 2008. "O pessoal vai ter que comer, apesar de muitos países estarem em situação pior do que a nossa, como os que vivem do petróleo, onde o barril caiu de US$ 140,00 para US$ 40,00, como Oriente Médio e Rússia, Arábia Saudita, Venezuela. Estes mercados são grandes consumidores de frango brasileiro".
Veículo: Gazeta Mercantil