Suinocultura enfrenta dificuldades

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A destruição de parte dos atracadouros do Porto de Itajaí (SC) impossibilitou a exportação de 20 mil toneladas de carne de suínos em novembro. O impacto da perda de 42,5% dos embarques no mês passado ainda não pode ser avaliado, disse ontem o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto. Tudo depende do resultado a ser alcançado em dezembro. "Ainda é possível recuperar essas vendas", declarou Carmargo, para quem 2008 deve ser considerado como um ano bom para o setor de suínos. O presidente da Abipecs diz, porém, ser difícil fazer uma previsão sobre o desempenho da suinocultura em 2009.

 

"Por enquanto, está difícil fazer negócio", declarou. A extrema volatilidade do câmbio e a dificuldade em contratar crédito faz com que compradores e vendedores protelem as negociações. "Não é possível agora avaliar se o negócio que se está realizando é bom ou ruim". Para ele, o governo está sendo muito lento na adoção das medidas destinadas a evitar o aprofundamento da crise. "O Banco do Brasil continua agindo como sempre agiu, ou seja, dificultando as operações e a liberação de recursos", afirmou. Outro obstáculo para que as negociações prosperem é a crise de confiança entre os agentes do mercado", acrescentou.

 

"De repente 2009 pode até ser um ano bom, como foi 2008", afirmou o presidente da Abipecs. Neste ano foram abertos novos mercados para o suíno brasileiro. A intenção era de reduzir a dependência da Rússia. Algumas negociações ficaram para ser concluídas este ano e, com a crise, podem não se concretizar.

 

Embarques

 

Com a destruição dos atradouros do Porto de Itajaí, as exportações brasileiras de suínos ficam em 27,46 mil toneladas, quando o esperado eram 47 mil toneladas, uma queda de 48,7%. A receita ficou em US$ 87,2 milhões, queda de 36% em relação ao ano passado, quando a receita foi de US$ 124 milhões.

 

Mesmo com as dificuldades enfrentadas pelo setor, a receita anual com as exportações de suínos foi, até novembro, 30,6% maior que em igual período do ano passado. Entre janeiro e novembro, a receita cambial com o embarque de suínos alcançou US$ 1,40 bilhão. O quilo de carne de suíno valeu nesse período 42,5% mais que no ano anterior, a US$ 2,86 no exterior.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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