O presidente do conselho de administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan, disse que a companhia programa paradas técnicas em algumas de suas unidades para o primeiro trimestre de 2009. Segundo ele, a empresa ainda avalia quais unidades deverão paralisar temporariamente suas atividade. A iniciativa, ainda de acordo com Furlan, tem a finalidade de diluir estoques e realizar manutenção. "Tivemos durante o ano pressão de demanda sobre a capacidade", disse após participar de almoço de final de ano com a imprensa
Furlan informou também que a empresa trabalha com banco de horas e que os dias de paralisação serão descontados desse banco. O executivo garantiu que as paradas técnicas não vão prejudicar as vendas da empresa e contribuirão para o movimento de ajuste das cargas que estão armazenadas. Quanto aos investimentos previstos para o próximo ano, Furlan revelou que a companhia deve se concentrar em concluir projetos já iniciados, com aportes de aproximadamente R$ 500 milhões.
O executivo desmentiu rumores sobre a possibilidade de a companhia ser vendida ou se desfazer de alguma divisão por conta dos problemas com derivativos. "É claro que estamos trabalhando em um processo de volta à normalidade. Buscamos formas de capitalizar a empresa por meio da venda de ativos não operacionais ou devolução de fábricas arrendadas," disse.
Furlan admitiu, porém, que a direção da empresa tem sido procurada por "pessoas que vêem na companhia uma boa oportunidade de investimento". "Estamos sendo procurados e estamos tratando bem os interessados, mas não há nada que possa ser adiantado."
O diretor de Relações com Investidores da empresa, Welson Teixeira Júnior, disse que "há estudos para recolocar a companhia em condições mais favoráveis", e que para isso está sendo analisada uma série de alternativas. Ele também confirmou que alguns investidores têm procurado Furlan com interesse na empresa. "Mas não há nada que se possa adiantar", acrescentou.
Furlan disse que o valor da exposição líquida da empresa com contratos futuros em dólar caiu para US$ 678 milhões. Na semana passada, a companhia de alimentos tinha informado ao mercado que sua exposição a derivativos estava em US$ 966 milhões. "Abrimos esta semana com US$ 300 milhões a menos em exposições", disse.
Segundo Furlan, com as últimas operações, a Sadia está próxima dos limites de sua política de exposição ao mercado futuro, que é equivalente a cerca de três meses de exportação. "Estamos praticamente de volta à normalidade", destacou.
Segundo Teixeira Júnior, a empresa comprou dólares no mercado futuro e antecipou a liquidação de posições em aberto. Teixeira disse que a Sadia tem contratos de derivativos em aberto até setembro de 2009, com a maioria dos vencimentos concentrada em janeiro e fevereiro.
China. Segundo a Sadia, a abertura do mercado chinês para o frango brasileiro traz boas perspectivas de vendas externas nos próximos meses.
A empresa disse que possui três frigoríficos já habilitados para exportar para a China e que tem condições de iniciar os embarques rapidamente.
"Trata-se de um mercado promissor. É uma excelente notícia para empresa e para a economia brasileira", afirmou em comunicado o presidente do Conselho de Administração, Luiz Fernando Furlan.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ