Sadia deve fechar ano no prejuízo, mas mostra otimismo para 2009

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Embora a Sadia deva registrar em 2008 seu primeiro prejuízo anual após mais de 30 anos assistindo a lucros, resultado das perdas com as operações de derivativos, a companhia sinaliza otimismo para seu desempenho em 2009.

 

A Sadia se prepara para ganhar espaço de concorrentes no mercado interno no ano que vem, além de não esperar perdas significativas com exportações, mesmo em cenário de crise global. Além disso, também anunciou ontem que, para este final de ano, estuda fazer paradas técnicas em algumas unidades de abate de aves por poucas semanas. "Estamos programando paradas técnicas nesse final de ano porque tivemos pressão de demanda acima da capacidade de fornecimento em 2008", disse ontem Luiz Fernando Furlan, presidente do Conselho de Administração da Sadia, durante almoço com a imprensa em São Paulo. A finalidade é diluir estoques e fazer manutenção. "Não vai prejudicar as vendas", disse.

 

Ainda segundo o executivo, a queda de preços das commodities agrícolas vai ajudar na redução de custos e no consequente barateamento de produtos finais, um dos motivos pelo qual a Sadia espera ampliar seu volume de vendas. De acordo com Furlan, o plano estratégico para o próximo ano deverá ser entregue ao conselho da empresa em alguns dias e, além de prever aumento de vendas, considera taxa de câmbio mais elevada do que a média de 2008, que ficou entre R$ 1,70 e R$ 1,80.

 

"Para o próximo ano não esperamos queda relevante de valor exportado. Haverá baixa de preços (dos produtos) mas a compensação virá por aumento de volumes", disse. Segundo Furlan, os efeitos da crise global não devem alcançar os alimentos. "O efeito mais concreto de demanda será notado em outros segmentos, como o de bens duráveis, por exemplo. Também há o efeito da busca por melhores hábitos de consumo e não temos a expectativa de que a crise vá interrompê-lo". Muitos consideram a carne de frango mais saudável. No mercado interno, a Sadia continuará apostando em alguns projetos, como o início das operações da fábrica de processados de Pernambuco, até março de 2009. No ano que vem, R$ 500 milhões serão investidos em finalização de projetos e modernizações.

 

O valor da exposição líquida da empresa com contratos futuros em dólar caiu para US$ 678 milhões. "Abrimos esta semana com US$ 300 milhões a menos em exposições", disse Furlan. A Sadia está próxima dos limites de sua política de exposição ao mercado futuro, equivalente a cerca de 3 meses de exportação.

 

Veículo: DCI


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