Mineira Pif Paf eleva capacidade de abate

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A Pif Paf, um dos maiores frigoríficos de Minas Gerais, entrará em 2009 - ano para o qual se prevê um cenário nebuloso - com capacidade de abate de frangos ampliada de 170 mil para 320 mil por dia. 

 

O crescimento será possível graças à construção da nona unidade do grupo, em Palmeiras de Goiás (GO), um investimento de mais de R$ 270 milhões. A nova base industrial entrará em operação em março, com capacidade para abater 150 mil aves por dia. Mas foi projetada para, no futuro, suportar um abate de até 300 mil aves por dia. 

 

"Se produzisse boi, estaria preocupado", diz o superintendente da Pif Paf, Luiz Carlos Costa. "Mas como o frango é a carne mais barata, o consumo pode até cair, mas não cairá tanto", explica ele, numa análise para o mercado interno. O que também deixa o empresário mineiro tranqüilo é a possibilidade de, com câmbio favorável, ampliar as exportações do frango para países como China , para onde já há vendas indiretas de produtos, que costumam entrar via Hong Kong. 

 

Com a nova capacidade de produção, a indústria poderá ampliar a oferta para o mercado externo. A expectativa é que, em 2009, as vendas externas representem pelo menos 15% da receita. Até agora, exportações representavam no máximo 10% do faturamento da empresa. A meta, informa o superintendente, é ter 25% da receita atrelada às vendas externas num prazo de dois anos. A Pif Paf deve fechar este ano com faturamento entre R$ 740 milhões e R$ 750 milhões. Para 2009, a expectativa é chegar à marca de R$ 900 milhões. 

 

Filho do fundador da indústria que está completando 40 anos de operações em 2008, Luiz Carlos Costa não está muito preocupado com o impacto da crise financeira internacional no mercado de frangos e suínos. Mas lamenta que a conjuntura dificulte planos para abrir capital ou encontrar um parceiro estratégico, um investidor disposto a injetar recursos na expansão da marca mineira para outros mercados. 

 

Hoje, a distribuição da Pif Paf não cobre inteiramente nem a região Sudeste. Em São Paulo, por exemplo, a presença da marca é pequena. Apesar disso, a empresa consegue estar entre as líderes em várias categorias de produtos. 

 

Frango desfiado é um nicho onde a empresa mineira é líder isolada. Ela levou quatro anos para desenvolver uma tecnologia própria, capaz de manter as fibras da carne intactas, exatamente como no frango desfiado feito em casa. Costa não revela o volume atual das vendas e diz que este é hoje um dos segredos estratégicos da empresa. 

 

A Pif Paf, que tem o controle também da indústria de sucos Tial, vem investindo na diversificação do mix de produtos, hoje com 200 itens. Segundo superintendente, os produtos industrializados - linhas de carnes temperadas, embutidos, lasanhas e pizzas, entre outros - representam quase 60% do faturamento. 

 

A indústria mineira encomendou à agência Lápis Raro, de Belo Horizonte, um trabalho de revitalização da marca, para associá-la cada vez mais ao conceito de praticidade. A nova logomarca, mais arredondada, já começou a chegar às gôndolas dos supermercados em caixas de pizza. Segundo Costa, a maior parte dos consumidores do país ainda não assimilou o hábito do prato pronto, que só precisa ser levado ao microondas. Quer praticidade, mas ainda valoriza o selo "feito em casa". O desafio para a Pif Paf, explica, é acertar no mix de produtos intermediários. 

 

Veículo: Valor Econômico


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