Uso de processos, tecnologia e pessoas reforçam a importância na melhora contínua do setor
Realizado após o Fórum de Eficiência Operacional, o painel foi moderado pelo vice-presidente Institucional e Administrativo da ABRAS, Marcio Milan, e contou com a participação do diretor do Comitê de Eficiência Operacional, Ederson Fernandes (Giassi Supermercados), juntamente com os coordenadores das Alavancas: Administrativa, Lilia Coelho (Jaú Serve), Quebra Operacional, Mônica Reimberg (Sonda Supermercados), e Alavanca Desvio Operacional, Ailton Arcanjo (Hirota Food). Também participaram do painel o gerente de Prevenção de Perdas do Lopes Supermercados, Gernaldo Gomes, e a coordenadora Institucional da ABRAS e do Comitê, Karina Duarte, que destacaram que os indicadores avaliados estão muito próximos das demandas dos profissionais da área. Foi apontada a necessidade de inclusão de apenas um novo indicador — erros de inventário — surgido a partir das análises táticas das perdas.
Sem novas adições aos indicadores, os participantes comentaram os resultados da pesquisa “Mapa de Oportunidades de Ganho de Eficiência”, apresentando o comportamento de alguns dos indicadores colocados no painel. Um exemplo foi o percentual de perdas, que subiu de 28% em 2022 para 32% em 2023. Por outro lado, a pesquisa apontou uma melhora no campo administrativo, cuja eficiência subiu de 12% para 15%. Ainda sobre os indicadores avaliados, os furtos externos subiram de 54% para 68% do ano passado para cá. Foi destacada a redução da quebra operacional nas lojas, mesmo com crescimento de 4% nas perdas de produtos perecíveis, o que reforça a necessidade de criação de promoções para evitar perdas, que também devem cair em função da mudança da informação de validade para “consumir até”. Outro ponto discutido foi a necessidade de treinamento dos colaboradores no chão de loja para que controlem as degustações não pagas, ajudando a reduzir ainda mais as perdas.
De todo modo, há quase um consenso em torno da evolução na prevenção de perdas e em sua melhoria contínua, tornando a eficiência operacional um diferencial competitivo. Para isso, foi ressaltada a importância do melhor uso da tecnologia, processos e pessoas para alcançar a eficiência operacional, assim como na ideia de capacitar e treinar.
Uma questão bastante debatida foi a das embalagens, com os fabricantes defendendo uma possível retirada das embalagens das bebidas de alto valor e, em outra frente, com o lançamento de um programa de padronização de embalagens. Esta segunda iniciativa tem como pano de fundo o fato de os FLVs (Frutas, Legumes e Verduras) sofrerem perdas graves com cargas mistas, justamente pela inexistência de um padrão de embalagens, que atualmente giram em torno de R$ 1,2 bilhão ao ano.
O programa proposto pela Abre e pela ABRAS indica um alinhamento, utilizando a Ceagesp como piloto e trazendo o conceito de modulação para cargas mistas com uso de embalagens mistas (plástico, isopor e papel) com tamanhos pré-definidos. Também foi debatida a necessidade de educar os clientes para que não toquem nas FLVs, aumentando sua durabilidade, assim como o uso de códigos 2D em seu controle.
No geral, os participantes concordaram que o painel é rico e seus indicadores podem ajudar as empresas a definir planos de ação que levem a uma maior eficiência operacional.