2022

Eficiência operacional: um construtivo novo olhar para os negócios

 

Ressignificada, tradicional pesquisa da ABRAS adota novo conceito para mensurar o nível de eficiência do setor e para fomentar a criação de uma agenda positiva dentro das empresas supermercadistas

 

Depois de mais de duas décadas apurando as perdas no varejo supermercadista, a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) lançou um novo olhar sobre uma das suas mais tradicionais pesquisas e que tanto ajuda o setor supermercadista brasileiro a se autoavaliar, a compreender em que momento se encontra e identificar as bem-vindas oportunidades de melhoria. E essa nova perspectiva foi anunciada no segundo dia do Smart Market, que contou com a realização do Fórum de Eficiência Operacional.

Em companhia do vice-presidente Institucional e Administrativo da ABRAS, Marcio Milan, coube ao vice--presidente de Ativos Setoriais da entidade, Rodrigo Segurado, esclarecer essa nova abordagem. Ele explicou que o setor chegou a um momento de inflexão e de ressignificado desse conceito. “Nós gostaríamos de comunicar ao mercado que a partir desse momento não pretendemos mais tratar do tema perdas e desperdícios de alimentos, mas sim de Eficiência Operacional. O setor de supermercados é extremamente eficiente. Se olharmos a cadeia de abastecimento, somos um dos elos mais eficientes, desde os insumos agrícolas até o varejo alimentar para o consumidor, e somos um dos setores mais eficientes da economia brasileira”, enfatizou Segurado. “O setor precisa perseguir, a cada dia, mais eficiência, mas tratar disso de forma propositiva e positiva e não simplesmente diagnosticar aquilo que ou perdemos ou desperdiçamos.”  

Ele esclareceu que ao longo do tempo a ABRAS mediu as perdas que registravam algo em torno de quase 2% do faturamento, e ponderou que a boa notícia é que o setor é, atualmente, 98,13% eficiente e que por isso, a partir de agora, a ABRAS está ressignificando o conceito para eficiência operacional. “Entenda-se eficiência operacional do negócio, da empresa, não apenas da área de operações. Eficiência operacional tem uma amplitude de conceitos maior do que simplesmente perdas e desperdícios.”

Em seguida apresentou alguns números dentro do Mapa de Oportunidades de Ganho de Eficiência que compõe a nova abordagem da pesquisa e que oferecem algumas alavancas e oportunidades de ganho de eficiência, como quebra operacional, que registrou 57%, desvio operacional, com 28%, e erros administrativos, com 15% de oportunidade de melhoria (veja pesquisa completa na edição de abril, nº 546, de SuperHiper).

Segurado ressaltou que é preciso identificar, exatamente, as alavancas de maior ganho de eficiência daqui para a frente e apontou duas outras grandes oportunidades de ganho de eficiência: “a primeira é alterar o conceito do nosso prazo de validade para um modelo mais moderno, que estipula, como na Europa e Estados Unidos, um conceito chamado “Best Before”, que significa “bom consumir até”, e que estabelece uma nova fronteira num segundo prazo de validade que daria chance para que a gente pudesse ter mais eficiência ainda, sendo que prazo de validade é um grande ponto de ineficiência da nossa atividade, e inerente à nossa atividade. “Estamos trabalhando fortemente, institucionalmente e regulatoriamente, para que o Brasil possa adotar o Best Before, dando chance para que as empresas varejistas tenham mais tempo de comercialização, doação ou aproveitamento da finalidade social do produto, do alimento para o consumidor.”

A outra alavanca que o setor trabalha, continuou Segurado, é a ampliação do limite de deduções do imposto de renda, de 2% para 5%. Com isso, o supermercado terá uma carga tributária menor para doação e isso pode também dar mais destinação e finalidade social dos produtos comercializados pelas lojas do setor.

“Ou seja, somos muito eficientes e podemos ser ainda mais eficientes. Além disso, o guarda-chuva de temas que a eficiência operacional comporta, considerando que ela vai tratar o negócio e não apenas as operações, é maior do que operações propriamente dita. Temos turnover, eficiência energética, eficiência mercadológica, financeira, econômica, vários pontos de eficiência que por meio desse novo conceito, dessa nova forma de enxergar o tema, a gente pode criar uma agenda positiva dentro das empresas de supermercados, dentro do setor e junto à sociedade para cada vez mais reforçar nossa posição.”

 

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