Cielo movimenta 7,6% do PIB em operações com cartões

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Ao longo do primeiro ano completo da abertura do mercado de cartões, no qual foi extinta a exclusividade entre companhias credenciadoras de estabelecimentos comerciais e bandeiras, a Cielo totalizou R$ 320,4 bilhões em volume financeiro de transações, aumento de 22% na comparação com 2010. Segundo o presidente Rômulo de Mello Dias, o valor corresponde a 7,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Ao considerar somente as líderes, Cielo e Redecard, a companhia possui 59,5% de participação de mercado (market share, na sigla em inglês) e com todas as concorrentes o valor fica em 58%.

"A palavra-chave do ano de 2011 foi diferenciação e o cenário multibandeira foi positivo. Investimos R$ 360 milhões em POS (máquinas de cartões de débito e crédito) e agregamos o conceito de multisserviços", comentou o presidente da Cielo, que revelou que em 2012 serão investidos mais R$ 300 milhões.

A receita total no último ano atingiu R$ 4,795 bilhões, crescimento de 10,1% ante o ano anterior. O Ebitda ajustado chegou a R$ 2,975 bilhões, acréscimo de 1,7% em relação ao ano de 2010. Já o lucro líquido totalizou R$ 1,810 bilhões, redução de 1% na comparação com o ano retrasado. "A queda do lucro vem com o cenário mais competitivo, que trouxe queda das taxas cobradas dos lojistas", explicou Rômulo de Mello Dias.

No balanço referente ao quarto trimestre de 2011, a Cielo obteve lucro líquido de R$ 504,5 milhões, alta de 13,8% em relação ao mesmo período de 2010. O volume financeiro de transações de outubro a dezembro atingiu R$ 95,1 bilhões, alta de 25,9% ante o mesmo período de 2010.

Os resultados apresentados ontem tiveram efeito positivo nas ações, que elevaram 0,07%, cotadas a R$ 56.

O Barclays Capital avaliou, em comunicado assinado pelos analistas Henrique Caldeira, Roberto Attuch e Roberto Savaris, que a Cielo reportou resultados sólidos para o quarto trimestre, com ganhos 6% superiores ao estimado. "Destaque para o ganho de market share." O relatório também mencionou os volumes financeiros de transações, que foram superiores em cartões de crédito, em 25% na comparação anual (R$ 56,034 bilhões), e 21% a mais em débito (R$ 35,218 bilhões). No ano, o segmento crédito totalizou R$ 197,541 bilhões e débito atingiu R$ 118,314 bilhões.

Do total da receita operacional, 43,8% corresponde ao cartão de crédito, 18,7% ao débito, 19,4% é originada do aluguel das máquinas POS, 11,7% da antecipação de recebíveis e 6,4% de outras receitas. No aluguel de máquinas, a receita totalizou R$ 296,1 milhões, 7,5% superior ao registrado no quarto trimestre de 2010. O presidente da Cielo explica que houve uma redução de 7,5% do aluguel médio, mas que foi compensado pelo aumento do número de POS instalados, para 16,2%. "Houve uma expansão de POS no segmento varejo [pequenos clientes] de 16,2%, o que compensou a queda do aluguel."

Questionado sobre a importância do pequeno e médio empresário nas receitas, o presidente disse que há boa aceitação. "Um dos motivos que ajudou foi o equipamento mais moderno e serviços agregados, como o Cielo Fidelidade, em que o comerciante concentra a venda na Cielo e recebe benefícios". Atualmente, a pequena e média empresa corresponde a 41% do volume financeiro de transações da Cielo.

Outro destaque mencionado por Dias diz respeito aos investimentos em tecnologia, principalmente no uso do celular como forma de pagamento e de credenciamento de cartões. "Estamos desenvolvendo produtos e soluções para o celular, como funcionar como POS em caso de pane no sistema, sendo uma captura alternativa. Também há o celular como cartão". Em 2011, foi formada uma joint venture entre a Oi e Cielo com o início da operação da Paggo Soluções para a aceitação do celular de portadores de cartão de crédito Oi Banco do Brasil.

Capital

Nesta semana, o Itaú Unibanco anunciou o fechamento de capital na BM&F Bovespa de sua controlada, a Redecard, entre 90 e 120 dias. Dessa forma, a Cielo se tornará a única companhia do setor de cartões de capital aberto. Rômulo de Mello Dias disse que irão manter os negócios já definidos, mas que a partir de agora terão mais cuidado ao divulgar informações consideradas estratégicas. "Ainda é cedo para prever se eles [Redecard] serão mais ou menos agressivos na questão de preço. Mas vamos procurar nos diferenciar também nos preços, com pacotes específicos de acordo com os bancos parceiros, o que já fazemos."

Da composição acionária da Cielo, o Banco do Brasil possui 28,65% das ações e o Bradesco, por meio da Columbus Holding, possui também 28,65%, sendo ambos controladores da companhia. O total free-float é de 27,64%. "Neste ano pretendemos manter a distribuição de 70% do lucro em dividendos", afirmou o presidente da companhia.


Veículo: DCI


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