Adaptação da era digital será maior tendência do comércio

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O universo da tecnologia, com a era digital criada em meio às lojas virtuais e a utilização das redes sociais como forma de atrair o consumidor são as tendências dos próximos anos no comércio mundial. O varejo brasileiro deve estar conectado a este cenário, para manter-se crescente nos próximos cinco anos, de olho na convergência de canais, medidas que têm sido de sucesso nos Estados Unidos. Para especialistas do setor, as redes brasileiras devem dar atenção especial aos anseios do consumidor para não desaparecerem do mercado. -

O varejo está em modificação para atender a nova demanda de produtos, e, como vivemos em uma era digital, o uso da tecnologia é o que levará o consumidor a comprar, segundo Silaine Benzobás, gerente da Unidade de Negócios Varejo da empresa de tecnologia NCR Brasil. "A tecnologia levará um número maior de pessoas aos centros de compras nos próximos anos", disse ela. A especialista afirmou que as mudanças no mercado brasileiro beneficiarão toda a cadeia produtiva nacional. "Temos reinventado o varejo no Brasil para podermos evoluir. Com isso crescemos toda a cadeia de gestão da cadeia logística [supply chain]", enfatiza.

Como exemplo de eficácia da mudança de comportamento do lojista está a loja de departamentos inglesa Burberry, com mais de 150 anos no mercado e três lojas no Brasil. A marca reestruturou sua atenção para atrair clientela. "Com a entrada de um novo gestor, a rede modificou o seu modo de vender. Eles passaram a estar mais próximos de seus consumidores, o que atraiu a confiança destes. Com isso, a rede viu dobrar o faturamento de suas lojas."

A explicação do sucesso está no investimento em branding, uma das tendências que devem ser foco de atenção do empresariado brasileiro. Para Sérgio Barbi, diretor-executivo da FRCH América do Sul, empresa especializada em design e arquitetura para varejistas, a convergência de canais de vendas (loja física e virtual), ações de marketing e modernização da "cara" da empresa são fundamentais em um futuro próximo. "Os clientes estão sempre à procura de experiências novas. Você precisa estar presente na era digital, se adequar à utilização das mídias sociais e fazer com que o cliente tenha uma boa experiência ao querer comprar seu produto. Esses três itens farão com que você fidelize seu cliente e aumente o tíquete médio."

O especialista afirma que uma das armas para conhecer o seu consumidor e promover ações efetivas é a utilização do Facebook. Com esta ferramenta é possível traçar o perfil do seu público- -alvo, conhecer melhor desejos de consumo. "A Victoria's Secret tem milhares de seguidores. Utilizou a mídia social como banco de dados para conhecer seu cliente. Percebeu que suas ações de branding deveriam estar focadas no público feminino de cerca de 20 anos e bom poder aquisitivo."

No Brasil, o uso da tecnologia tem ganhado mais espaço com experiências como a utilização do personal shopper, um aparelho similar a um scanner que faz compras sem a utilização de carrinhos no supermercado. A tecnologia foi adotada pela rede supermercadista Pão de Açúcar nas lojas de Tamboré, Granja Viana-São Camilo, na loja do Shopping Iguatemi e do Panamby, em São Paulo. O equipamento foi integrado na rede com a meta de oferecer comodidade aos clientes.

Outra ideia de facilitar a compra usada em redes internacionais é o espelho virtual. Segundo Daniel Zanco, sócio-diretor da consultoria Universo Varejo, essa tecnologia, que permite ao consumidor experimentar diversos modelos de roupas e acessórios sem se trocar, foi desenvolvida para tornar a experiência de compra mais prazerosa. "Muitos clientes acham tedioso ter que ir ao provador e se trocar. O espelho virtual, além de descomplicar a compra, torna-a divertida."

A afirmação é confirmada por Sérgio Barbin, que lembrou a utilização dos tótens (painéis virtuais) em lojas de shopping centers, para promover interação. Em consenso, os especialistas afirmam que a adequação ao ambiente virtual é o que trará maior rentabilidade ao varejo. "Quem não estiver conectado à Internet ou não ampliar seu ponto de venda para o canal on-line perderá clientes", explica Zanco, e completa: " O consumidor moderno gosta de pesquisar e com a ajuda da Internet ele vai pesquisar preço, saber a opinião de outros clientes e, por fim, comprar". Engana-se quem pensa que isso pode ser uma ameaça às lojas físicas.

Ponto de venda

Os especialistas entrevistados pelo DCI enfatizaram que a loja física é o ponto de partida do consumidor ao decidir comprar. "As lojas devem ser simples e ter profissionais capacitados, não somente interessados na venda", diz ele. O case de maior sucesso atualmente é a loja da Apple que está localizada na estação de trem em Nova York. "Todo o ambiente é simples. Os vendedores mostram apenas produtos que atendem ao perfil do consumidor."



Veículo: DCI


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