De varejistas a bancos, mundo "geek" atrai vários setores

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Quem vai à Campus Party, evento de tecnologia que acontece nesta semana em São Paulo, não precisa percorrer longas distâncias dentro do pavilhão de exposições do Parque Anhembi para notar a quantidade de empresas de tecnologia da informação (TI) que aproveitam a ocasião para promover seus produtos e a própria marca. Além das veteranas de TI, no entanto, outras companhias relativamente distantes deste universo tecnológico também decidiram apostar no evento.

A possibilidade de estar perto do público internauta é um dos principais atrativos para as empresas que patrocinam a Campus Party. "O evento é um reflexo físico do que é a internet brasileira e do consumidor que está neste ambiente. É por isso que mesmo empresas de outras áreas se interessam em estar aqui", afirma José Luiz de Genova, diretor comercial da Futura Networks, empresa que organiza a Campus Party. Na edição de 2012, o evento tem 33 empresas com estandes na área de exposição (aberta ao público não pagante) e 81 patrocinadores.

A Brasil Foods (dona das marcas Sadia e Perdigão) é uma das empresas de áreas não tecnológicas que estão participando da quinta edição da Campus Party. De acordo com Eduardo Bernstein, diretor de marketing da divisão de carnes da BR Foods, a companhia vai lançar no primeiro semestre molhos voltados para o público jovem, e decidiu testá-los com os "campuseiros". "Esse é um público com quem nós já nos comunicamos de forma digital, mas aqui podemos ter um contato mais próximo", diz Bernstein. De acordo com a companhia, essa é a primeira vez que a BR Foods faz uma ação desse tipo antes de lançar um produto. A empresa também está usando sua página no Facebook para saber a opinião de internautas sobre o produto.

No caso da rede de supermercados Walmart, a participação na Campus Party está associada à estratégia de comércio pela internet. "A ideia é mostrar para esse público que, apesar de sermos uma rede varejista tradicional, não estamos alheios à inovação", afirma Roberto Wajnsztok, diretor de e-commerce do Walmart no Brasil. A rede de supermercados não informa o valor investido no evento. "Esse é um público-chave, sobretudo quando se pensa no longo-prazo", explica o executivo.

Além de empresas da área de consumo, as instituições financeiras também estão de olho nos "geeks" (como são apelidados os fãs mais assíduos de tecnologia), como forma de renovar a imagem institucional. Na área de expositores do evento, a Caixa Econômica Federal tem um dos maiores estandes, com cerca de 250 metros quadrados. O banco não localizou um porta-voz imediatamente disponível para entrevista, mas informou, por meio de sua assessoria, que a participação na Campus Party é reflexo da tentativa de se mostrar mais modernizado e apto a receber clientes mais jovens, apesar de ser uma das instituições financeiras mais antigas do país.

O Campus Party ganhou mais importância neste ano também entre as empresas de tecnologia. O UOL, por exemplo, com estande que ocupa 100 metros quadrados, procura uma aproximação maior com a comunidade de desenvolvedores de aplicativos e de sistemas. A empresa já participava do evento desde sua primeira edição, em 2008, como palestrante. "Apoiar a celebração da internet é fundamental, porque fazemos parte disso", afirma Juliano Motta, diretor de marketing on-line do UOL.


Veículo: Valor Econômico


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