Apesar da queda, arroz e feijão continuam caros

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Mesmo com a inflação mais baixa em agosto, o consumidor ainda não consegue sentir menos a alta dos preços. A afirmação é da coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos. "Os alimentos vieram bem mais baixos, o que foi determinante para a desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)", disse. Em agosto, a inflação oficial brasileira subiu 0,28%, taxa 0,25 ponto percentual menor que a registrado em julho. No acumulado do ano é de 4,48% e em 12 meses, de 6,17%.

 

Segundo Eulina, o custo do arroz com feijão ainda é elevado se considerar a inflação acumulada no ano. Apesar de em agosto o feijão ter registrado deflação de 1,96%, no ano a inflação acumulada está em 63%, e em 12 meses passa de 137%. Já o custo do arroz caiu 1,59%, entretanto, acumula alta de 35,31% no ano e de 42,05% nos últimos 12 meses. "Na prática, os preços continuam em alta. Do bolso do consumidor continua saindo mais dinheiro", diz, lembrando que o grupo Alimentação e Bebidas (com desaceleração de 1,05% para -0,18%) responde por 23% do IPCA.

 

A economista diz acreditar que essa queda dos alimentos foi puxada principalmente pelo recuo dos preços no mercado internacional. "Mesmo com uma safra recorde, os preços estavam subindo no Brasil por conta da alta no exterior, influenciadas por especulações, quebra de safra e falta de alimentos em outros países. No entanto, ainda é cedo para garantir que essa trégua se perpetuará."

 

Também contribuíram para a desaceleração, as despesas com Transportes (de 0,46% para 0,06%), que representam 20% do IPCA. De acordo com Eulina, a queda do preço da gasolina e álcool e o fim de pressões por conta do aumento do ônibus interestaduais ajudaram a conter a variação positiva desse grupo.

 

A coordenadora do IBGE avalia que, se não fosse o reajuste da conta energia, água e telefonia em várias regiões, o índice de não-alimentícios poderia ter sido menor. "O IPCA captou reajuste dos preços administrados, o que conteve a queda em agosto".


 
Impacto na baixa renda

 

O fato dos gastos com alimentação responderem pela maior parte das despesas das famílias de baixa renda contribuiu para maior desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação sentida pelas famílias com rendimento monetário de 1 a 6 salários mínimos. Em agosto, o INPC subiu 0,21% em relação a julho (0,58%). No ano, a alta acumulada é de 5,09%, e em 12 meses de 7,15%.

 

Em agosto, os produtos alimentícios apresentaram variação negativa de 0,42% e os não-alimentícios aumentaram 0,49%. Em julho, os resultados foram 1,09% e 0,36%, respectivamente. Assim como ocorreu em relação ao IPCA, a região metropolitana de Belém (0,69%) apresentou o maior resultado devido, principalmente, à conta de energia elétrica (16,93%). A menor taxa ficou com a região metropolitana de Salvador (-0,14%).

 


Veículo: Gazeta Mercantil


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