Melhor compra em supermercados não leva em conta apenas preço baixo

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Pesquisa feita pela Associação de Consumidores revela melhores opções de supermercados conforme perfil do consumidor


 
A melhor compra de supermercado nem sempre leva em conta apenas o menor preço. Depende do perfil do consumidor e, por isso, o quarto levantamento anual de preços dos supermercados brasileiros feito pela Pro Teste - Associação de Consumidores destaca a ampliação da oferta de serviços, como a compra pela Internet, cujos preços são semelhantes aos das lojas; as opções de pagamento com cartões de crédito ou débito; amplo estacionamento e atendimento 24 horas.

 

Para quem não abre mão dos menores preços na hora da compra, o levantamento mostra as variações de preços por regiões de 13 cidades brasileiras em 9 estados. Paraná foi o estado onde a cesta variou menos em relação aos preços apurados no ano passado, (9,43%); Santa Catarina (10,02%); São Paulo (10,71%); Distrito Federal (10,99%); Minas Gerais (11,17%); Pernambuco (11,46%); Rio Grande do Sul (12,40%); Bahia (12,67%); e Rio de Janeiro (13,01%).

 

Para o consumidor de São Paulo que não faz questão de marca e procura os melhores preços, uma boa surpresa: os valores dessa Cesta 2 (não inclui carne, peixe, frutas e legumes, e é voltada aos menores preços), baseada em produtos mais baratos ofertados pelos mercados, custou R$ 136,53, o menor preço encontrado em todas as cidades pesquisadas.

 

Já no Rio de Janeiro, em que foi obtido o maior valor, a Cesta 2 atingiu R$ 389,59. Nos preços estão incluídos os impostos que incidem sobre bens alimentícios, como o ICMS, que variam de estado para estado. O peso da compra da mesma cesta no bolso dos consumidores é afetado por essa variação de impostos.

 

Mesmo tendo passado o período em que o consumidor enfrentou preços bem mais altos e precisou achar saídas para economizar na hora das compras, o estudo mostra que a pesquisa de preços é fundamental para não desfalcar o orçamento.

 

No levantamento deste ano, o Rio de Janeiro desbancou Salvador, que anteriormente tinha a cesta mais barata de produtos de marca. Isso ocorreu devido à inclusão do Atacadão na pesquisa. Essa rede também apresentou bom desempenho em outras cidades, como São Paulo, Salvador, Jaboatão dos Guararapes e Olinda. São lojas que além da venda no atacado também vendem no varejo mas sem as comodidades de redes tradicionais.

 

Em São Paulo, tanto a Cesta 1 (produtos de marca) mais barata, como a Cesta 2 (não inclui carne, peixe, frutas e legumes, e é voltada aos menores preços), estão no Atacadão, em São Miguel. Um exemplo de variação de preços: o espaguete Renata nº 8 (500 gramas) pode custar, em São Paulo, de R$ 1,09 a R$ 3,45, diferença de 217%. Há muitas diferenças, também, em lojas de uma mesma rede.

 

Os preços nos supermercados das principais cidades brasileiras variam tanto que, às vezes, atravessar a rua pode representar a economia de centenas de reais por ano. Em São Paulo, por exemplo, na Avenida Imirim, a Cesta 1 variou 20 pontos. Foi encontrada por 111, no Dia localizado no nº, 1532, e por 131, no Kanashiro da mesma avenida nº 1532.

 

Outras constatações da pesquisa: lojas de conveniência só devem ser utilizadas, como o nome já diz, em situações especiais, pois podem encarecer as compras em até R$ 2,7 mil por ano. A comodidade de comprar pela Internet não encarece muito a compra em relação ao preço das lojas físicas, mas é preciso computar a taxa de entrega.

 

No caso de São Paulo as compras pela internet no Pão de Açúcar por exemplo custaram 4 pontos mais que nas lojas e há cobrança de taxa de entrega que varia de R$ 9,90 a R$ 13,90 em função do horário de pedido e entrega. Em Curitiba e Florianópolis, os preços não variam e em algumas situações há até isenção da taxa de entrega. Considerando-se o custo de deslocamento até as lojas físicas a compra virtual é uma boa opção para quem não tem tempo e também livra das tentações das compras supérfluas.

 

Melhores ofertas

 

Há muitas diferenças, inclusive, entre lojas de uma mesma rede. Na comparação entre as lojas mais baratas para a cesta 1, com produtos de marcas definidas, das 13 cidades pesquisadas, constatou-se que as melhores ofertas de preços se verificaram em:

 

Belo Horizonte - Uberaba (Planalto), Luana/Rede Smart (Jardim Leblon) e Paranaíba (Planalto);
Brasília - Carrefour (Asas Norte e Sul) e Wal-Mart (Asa Sul);
Porto Alegre - Big (Sarandi), Bom (Cristal) e Carrefour (Passo D'Areia);
Curitiba - Big (Pinheirinho) e Mercadorama (Juvevê e Centro Cívico);
Florianópolis - Big (Santa Mônica e Capoeiras) e Bistek (Costeira do Pirajubaé);
Rio de Janeiro - Atacadão (Vicente de Carvalho), Real do Éden ( Cocotá - Ilha do Governador) e Mundial (Recreio);
Niterói - Carrefour (Centro) , Intercontinental (Centro) e Prezunic (Icaraí);
Salvador - Atacadão e Mercantil (Calçada) e Atacadão (Cabula);
Olinda - Atacadão (Guadalupe), Compre Bem (Jardim Atlântico) e Extrabom (Casa Caiada);
Jaboatão dos Guararapes - Atacadão (Piedade), Todo Dia (Prazeres) e Leve Mais (Cajueiro Seco);
Recife - Bom Preço (Paulista), RZ (Santo Amaro) e Prazeres (Boa Viagem);
São Paulo - Atacadão (São Miguel e Vila Maria ), Assai - Vila Sônia;
Guarulhos - Nagumo (Vila Nova Cumbica) e Dia (Gopouva e Vila Galvão).

 

Metodologia

 

A pesquisa foi feita entre fevereiro e março deste ano, com cerca de 100 produtos alimentícios, de higiene, hortigranjeiros e de limpeza, em 1.010 estabelecimentos. O estudo se baseou no custo para a aquisição de duas cestas de produtos. Uma com produtos de marcas definidas e outra com os produtos das marcas mais baratas encontradas no estabelecimento.

 

Foram simuladas duas cestas de compras, que equivalem a dois perfis de consumidor: uma com 100 produtos de marca, outra com 86 sem marca, com menores preços. Os pesquisadores agiram como consumidores à procura do menor preço.

 

Foram comparados os pontos-de-venda visitados para apontar o supermercado mais barato. E, tomando esse local por base, a indicação de quanto os demais são mais caros. A lista não traz os preços por produtos. Em vez de simplesmente citar preços, as tabelas mostram a comparação entre os estabelecimentos visitados: o ponto-de-venda mais barato recebe o índice 100; os demais recebem o índice proporcional ao custo de suas respectivas cestas. Com essa metodologia, foi possível ainda comparar as redes de supermercados, hipermercados, hard discount e lojas de conveniência.

 

Para calcular o custo de cada cesta, foi feita uma ponderação, levando em conta o peso de cada produto nos hábitos de consumo do brasileiro. Isso porque os produtos têm importâncias diferentes de consumo. As lojas mais bem classificadas são as que vendem com preços menores, os produtos mais consumidos.

 

Para ter acesso a toda pesquisa, navegue em: www.proteste.org.br


 

Veículo: Revista Empreendedor


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