Magnesita compra a alemã LWB e é a terceira do mundo

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Sócios e executivos da Magnesita, a maior empresa de refratários do Brasil e a 10ª do mundo, iniciaram a noite ontem com uma taça de champanhe na mão. Depois de horas fechados numa sala do escritório de advocacia Barbosa, Müssnich & Aragão, na zona sul de São Paulo, sorriam e tiravam fotos, comemorando o fechamento da compra da alemã LWB por 657 milhões de euros- operação que fará da Magnesita a terceira maior do mercado mundial de refratários. 

 

"Nós éramos uma empresa local. Agora, criamos uma multinacional", disse ontem ao Valor o presidente da Magnesita, Ronaldo Iabrudi, ao sair da sala de reuniões onde foi batido o martelo da operação. E o plano é continuar prospectando o mercado para futuras compras. "Nossa meta é ser a maior empresa de refratários do mundo em 2012. Nosso farol continuará em aquisições", disse Iabrudi. 

 

No ranking do setor, a Magnesita tem acima dela a Vesuvius, que deve faturar cerca de 1,7 bilhão de euros neste ano, e a RHI, com 1,6 bilhão de euros. Considerando-se a receita de 401 milhões de euros da LWB, dona das maiores reservas de dolomita do mundo, e a da Magnesita para este ano, de 493,2 milhões de euros, a brasileira poderá chegar a 894,2 milhões de euros em 2008. "Mas em termos de geração de caixa (lajida) estamos no mesmo patamar (das duas concorrentes), em torno de 220 milhões de euros", diz Iabrudi. A Magnesita e a LWB têm um modelo de negócio semelhante - são donas das matérias-primas usadas na fabricação dos refratários usados por indústrias siderúrgica, cimenteira e de vidros. "Mais de 60% de nosso custo é matéria-prima e as nossas concorrentes precisam comprar matéria-prima, não são integradas", diz Iabrudi. 

 

Para comprar a LWB, que passa a ser uma subsidiária da brasileira, por 657 milhões de euros, a Magnesita assumiu uma dívida de 386 milhões de euros, que está sendo refinanciada com o banco JP Morgan. O empréstimo-ponte tem prazo de seis anos, com 30 meses de carência. O banco, que assessorou a Magnesita na operação, vai sindicalizar o empréstimo (chamar outros bancos para participar), por isso preferiu não informar o adicional cobrado além da libor (taxa interbancária de Londres). A Magnesita também pagará em dinheiro 108 milhões de euros ao fundo de private equity Rhône Capital, dono da LWB, para quitar um empréstimo. E emitirá 23.457.778 ações, no valor de 169 milhões de euros, aos acionistas da LWB. 

 

A nova estrutura acionária da Magnesita fica da seguinte forma: GP com 40,2%, Gávea com 10,3%, Rhône com 11% e 38,5% nas mãos de investidores que aplicam na Bovespa. O diretor financeiro e de Relações com Investidores da Magnesita, Maurício Lustosa de Castro, disse que a diluição do capital foi uniforme para GP, Gávea e os investidores da Bovespa. Observou que o negócio prevê ganho de 25 milhões de euros em sinergias. 

 

A aquisição precisa passar pela análise de autoridades de defesa da concorrência nos Estados Unidos, França e Alemanha. Mas a direção da Magnesita prevê que receberá sinal verde já que, mesmo assumindo o posto de 3ª maior do mundo, a empresa fica com cerca de 10% do mercado mundial de refratários. O Brasil não é desconhecido do Rhône Capital. É dono da Therphane, que fabrica filmes de poliéster flexíveis (para embalagens) em Pernambuco e tem uma subisidária nos EUA. Na venda da LWB, Rhône foi assessorado pelos bancos Merrill Lynch e UBS. 

 


Veículo: Valor Econômico


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