Setor de cosméticos dispara no Brasil

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O aumento do consumo do público feminino no Brasil está animando os fabricantes do setor de higiene e beleza. O segmento, que triplicou nos últimos dez anos, tem atraído centenas de pequenos empresários. Com as elevadas taxas de crescimento, o setor já conta com 1.596 empresas, que trabalham para agradar e conquistar o gosto das mulheres, principais responsáveis pela ampliação desse mercado. Dessas, apenas 15 são de grande porte e que juntas correspondem por 70% do faturamento do setor, que em 2007 somou R$ 19,6 bilhões. A tendência é que a previsão de crescimento de 12% para 2008 seja revista, graças à ampliação das classes C e D.

 

"A mulher no Brasil tem muito conhecimento nesse setor, tanto que ela é vista no exterior como especialista da área de cosméticos", afirma Amalia Sina, presidente da Sina Cosméticos.

 

A empresária, que está há um pouco mais de dois anos no mercado, lembra que são as mulheres as grandes consumidoras desse setor e são elas as responsáveis pela escolha do produto, mesmo quando elas não serão as usuárias diretas. De acordo com ela, os produtos para os cabelos femininos são aqueles que merecem mais destaque, já que representam 25% do faturamento total do setor.

 

Segundo Amalia , que pretende quadruplicar a produção de seus produtos até o final do ano, os investimentos nesse segmento deveram-se às grandes possibilidades que o setor ainda tem para crescer no mercado brasileiro. "O crescimento é grande, mas a participação no mercado mundial ainda é pequena", diz. O Brasil está posicionado em terceiro lugar no ranking mundial, com 7% de participação, atrás Japão e Estados Unidos.

 

Renda


Assim como em outras áreas da economia, a ampliação das classes C e D no Brasil tem impulsionado o grande crescimento das empresas desse setor. "Estamos passando por uma fase de amadurecimento. Graças ao aumento da renda, o mercado está com desejo de aquisição. É um momento favorável e que está levando a uma competitividade muito acirrada", afirma Anderson Portes, gerente de Marketing da Racco, indústria sediada em Curitiba, Paraná.


A empresa, que espera crescer cerca de 30% neste ano, exporta para Paraguai, Angola, Portugal e Estados Unidos e pretende, até 2012, ampliar a sua participação no mercado externo e ter 8% de seu faturamento provindo de suas operações no exterior. "Estamos aproveitando bem esse cenário. Os grandes players também estão crescendo, o que demonstra que ainda há espaço", afirma Portes.


Já para o diretor comercial da Mariah Beleza, Marco Carossa, o futuro do segmento será ainda mais promissor, diante do atual cenário do mercado. "O aumento do poder de compra da classe D e E incluiu na cesta básica desses consumidores itens de higiene e beleza jamais consumidos por essa classe, que é muito numerosa e pode ser tremendamente rentável para a empresa se bem trabalhada", diz.


Concorrência


Nem todas as empresas do setor estão preocupadas com a concorrência das multinacionais. A Niely, fábrica de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, cresceu 72% em 2007 e o medo em relação aos grandes players do mercado passa longe de seu complexo fabril. "A gente cresceu muito e está deixando muitas empresas multinacionais para trás", afirma a gerente de Produtos da companhia, Daniele de Jesus.


A grande versatilidade e dinamismo fazem também com que as empresas tenham que inovar diariamente para conseguir manter sua participação no mercado. "Esse é um mercado em grande ascensão, mas é cada vez mais difícil agradar a consumidora que está a cada dia mais exigente", afirma Daniele, que adiantou ao DCI, que a empresa lançará nos próximos dias mais duas novas linhas de produtos.


Mesmo os menores estão conseguindo um lugar nesse mercado. A fabricante de Guarulhos, Rosatex, que possui expectativa de crescimento para este ano de 30%, quer se consolidar nos mercados menores, para depois conseguir ampliar a participação. "Esse é um mercado de muitas empresas e precisamos nos focar em nichos específicos", afirma a gerente de Comunicação, Talita Santos.

 

Veículo: DCI


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