Preço da carne sobe 4,25% em um mês

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Dos alimentos básicos da mesa do paulistano, a carne foi o que mais encareceu em novembro. O preço da cesta básica subiu 0,21% em São Paulo, e a carne bovina de primeira impulsionou a alta: ficou 4,25% mais cara do que em outubro.

 

O s números são da Pesquisa da Cesta Básica Nacional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), feita em 17 capitais com 13 produtos essenciais. Entre outubro e novembro, o preço da carne subiu em 14 capitais. Em São Paulo a cesta custava R$ 205,48 em novembro do ano passado, e hoje sai por R$ 238,66. A carne corresponde a R$ 79,56, valor 26,65% maior do que há um ano.

 

Segundo o coordenador da pesquisa, José Maurício Soares, os preços em novembro não deveriam subir, e sim cair, já que a entressafra, período em que os pastos estão mais secos, terminou. “Em outubro e novembro choveu bastante no Paraná, em Minas Gerais e no Centro Oeste”, afirma. “O dólar está alto, é mais lucrativo exportar”.

 

A conta não é tão simples, diz o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar. Os embarques de carne bovina in natura para o exterior caíram 36% entre outubro e novembro, e 42,7% comparados a novembro do ano passado. Por isso, diz ele, o motivo é outro: a baixa oferta de bovinos prontos para o abate, que vem desde 2006. “O preço estava muito baixo, e os produtores abateram muitas matrizes, procurando preço melhor,” afirma.

 

Para o vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas) Martinho Moreira, o medo que os pecuaristas têm da crise internacional contribui para o aumento do preço no mercado interno. “A reserva do pecuarista é o próprio gado, portanto ele está mantendo o animal no pasto. É sua garantia em tempo de crise.” Segundo ele, tem sido difícil conseguir preços razoáveis nos frigoríficos.

 

O diretor da consultoria AgraFNP, José Vicente, não acredita em possíveis reservas dos pecuaristas. “É antieconômico manter o gado por muito tempo”, avalia. “O rebanho brasileiro ainda não se recuperou dos abates de matrizes, e o número de abates continua baixo. Mas isso não justifica os preços do varejo, que estão escandalosos”, afirma ele, lembrando que o preço da arroba do boi gordo, pago pelos frigoríficos aos pecuaristas, caiu de R$ 90,00 para R$ 87,00 entre outubro e novembro.

 

Veículo: Jornal da Tarde


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