O dólar mais valorizado impactou no valor das dívidas de longo prazo do Grupo Marfrig (sem efeito no caixa) e trouxe à companhia prejuízo líquido de R$ 52,7 milhões no terceiro trimestre deste ano, ante o lucro de R$ 31,7 milhões no mesmo trimestre de 2007 e de R$ 66,4 milhões no segundo trimestre deste ano. Mas os indicadores que mostram a geração de caixa da empresa foram positivos. O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 171,5 milhões, 91,4% maior que os R$ 89,6 milhões do mesmo período de 2007 e 23,5% superior aos R$ 138,8 milhões do 2º trimestre deste ano. "Apesar do aumento no tamanho da empresa, nossa margem EBITDA, tanto o trimestre quanto o acumulado do ano se mantém em níveis bons. Estamos com uma estrutura enxuta", observa Ricardo Florence, diretor de Relação com Investidores do grupo.
Ele explica que a participação das despesas totais nas vendas foi de 8,8%, contra 10% do trimestre passado. A margem EBITDA foi de 11,3% no trimestre contra 11,0% entre julho e setembro de 2007.
A receita líquida do Grupo no terceiro trimestre atingiu R$ 1,5 bilhão, 87,9% maior que os R$ 810,9 milhões de igual período de 2007 e 25,2% superior aos R$ 1,2 bilhão do 2º trimestre deste ano. O lucro bruto foi de R$ 285 milhões (margem bruta de 18,7%) no 3º trimestre de 2008, com crescimento de 85,1% em relação ao mesmo período do ano anterior (R$ 153,9 milhões com margem de 19,0%) e 15,6% em relação ao 2º trimestre de 2008 (R$ 246,5 milhões com margem de 20,3%). A receita bruta foi de R$ 1.641,7 milhões: 82,0% maior se comparada ao 3º trimestre de 2007 (R$ 901,8 milhões) e +24% quando comparada ao 2º trimestre de 2008 (R$ 1.324,4 milhões).
Apesar das incertezas no cenário mundial para o próximo ano, o diretor afirma que a presença do Grupo em diversos mercados lhe coloca em uma posição privilegiada. "Estamos preparados para atuar em ambiente desafiador, que é o que se espera em 2009", afirma Florence.
Endividamento
A diferença do câmbio entre o fechamento do segundo trimestre (R$ 1,58) e o fechamento do terceiro (R$ 1,91) é que provocou o prejuízo líquido no período, segundo Florence. De acordo com o diretor, as dívidas de longo prazo com vencimento em 2016 somam US$ 375 milhões e, as com vencimento em 2011, de US$ 200 milhões.
Veículo: Gazeta Mercantil