Agropecus investe R$ 2 milhões para disputar mercado de caprinos

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O rebanho brasileiro de caprinos é estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em cerca de 10 milhões de cabeças, segundo o censo de 2006. A instituição só deverá divulgar o seu novo levantamento no próximo mês. Com base no dados já conhecidos, sabe-se que o crescimento do rebanho nacional não foi maior que 1% no ano passado. Mas a participação de São Paulo no ranking dos estados produtores deve subir.

 

Até então, os caprinos criados no Estado representavam 0,7% de todo o rebanho, de acordo com os números do Instituto. A incidência de animais registrados era ainda mais baixa. Apenas 817 animais foram registrados, segundo informou a Associação Brasileira dos Criadores de Caprinos (ABCC). Número já superado pelo mais novo e maior rebanho em solo paulista criado pela Agropecus, que atingiu 1300 matrizes. A empresa, instalada em Itapetininga, vai fazer o primeiro abate ainda este mês, mas todo o volume deve abastecer apenas os restaurantes do sócio e chef de cozinha Sérgio Arno. "Em quatro meses vamos comercializar a produção com outros clientes", acredita Arno.

 

O projeto da Agropecus, dona do maior rebanho de caprinos da região Sudeste, prevê que a criação chegue a seis mil matrizes até 2010. "A idéia é concentrar os nascimentos a cada três meses para garantir uma certa regularidade de abastecimento", planeja Dráusio Barreto outro sócio do projeto e proprietário da fazenda. Se tudo sair conforme o planejado, serão três mil nascimentos trimestralmente. O projeto já recebeu investimento de R$ 1,2 milhão e outros R$ 800 mil já estão previstos para ampliar a infra-estrutura e o número de matrizes.

 

Para aumentar o rebanho, a Agropecus enfrenta grande dificuldade. As cabras, mestiças da raça Boer, foram compradas de rebanhos baianos e mineiros. Mas os empreendedores revelam que é difícil encher um caminhão com 250 animais para trazer ao Estado. "Ainda não encontramos nenhum produtor de matriz para atender nossa demanda", revela Barreto. Os animais da fazenda vão ser abatidos com quatro meses e peso médio de 32 quilos. Em 2010 o planejamento é abater cerca de 1500 animais por mês, produtividade a ser alcançada com o auxílio de 50 reprodutores puros de origem - hoje a Agropecus possui seis deles. "Além de atender a demanda de restaurantes, vamos manipular a carne para comercializar cortes de peças especiais no mercado varejista", explica Barreto.

 

O consumo de carne de cabrito ainda é limitado a algumas regiões do País, principalmente no Nordeste, e a alguns nichos gastronômicos, mas se depender das pretensões da Agropecus esse hábito alimentar está com os dias contados. "A carne de cabrito tem valor nutritivo acima do padrão e as pessoas desconhecem esse fato. Além de ser muito saborosa", diz Arno. O maior rebanho caprino do Brasil fica no nordeste da Bahia - 1700 animais, 85% deles boer - Estado que também é dono do maior rebanho com 4,1 milhões de cabeças.

 

 

Veículo: Gazeta Mercantil

 


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