As exportações brasileiras de carne de frango totalizaram 315 mil toneladas e renderam US$ 638 milhões no último mês de outubro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef). Em relação aos resultados registrados em setembro, o volume embarcado diminuiu 3% e a receita recuou 8%. Na comparação com outubro do ano passado, há crescimentos de 0,7% e 26%, respectivamente.
Ao contrário do que aconteceu com as indústrias de carnes suína e bovina, que até se surpreenderam com o ritmo das exportações no mês passado, os resultados da balança da carne suína preocupou as indústrias e acendeu o sinal de alerta em relação à oferta na avicultura em geral. "Esses números confirmam que, diante da conjuntura internacional, é necessária uma postura de cautela para a avicultura brasileira, com medidas que reduzam a produção e evitem um excesso de oferta de carne de frango", afirma comunicado assinado pelo presidente da Abef, o ex-ministro da Agricultura Francisco Turra.
A entidade passa a engrossar o coro puxado já há cerca de um mês por cooperativas instaladas nos Estados da região Sul do país, que passaram a recomendar a seus associados a redução do alojamento desde o fim de setembro. No mesmo comunicado, distribuído ontem no fim da tarde à imprensa, Turra pede "estímulo" à liberação de recursos destinados a ACCs (Adiantamentos de Contratos de Câmbio), "já que o volume em movimentação hoje é insuficiente e está dificultando o fechamento de negócios".
É preciso lembrar, também, que prossegue o impasse com a União Européia em torno das exportações de cortes de frango salgado. Os europeus resistem em aceitar o modelo de administração das cotas de exportação apresentado pelo Brasil, e essa posição pode prejudicar a emissão de licenças nos próximos meses. Como já informou o Valor, os associados da Abef fecharam posição e não pretendem ceder à pressão da União Européia.
Os europeus querem que 50% da cota seja distribuída às empresas com base no volume de vendas dos últimos anos, para que os 50% restantes sejam oferecidos a novas exportadoras. Para a Abef, 90% da cota deve ser rateada com base no volume histórico.
Nos primeiros dez meses de 2008 as exportações de carne de frango do país somaram 3,1 milhões de toneladas, 17% mais que em igual intervalo de 2007. O valor das vendas cresceu 54% na comparação, para US$ 6 bilhões.
Veículo: Valor Econômico