JBS Friboi tem lucro recorde de R$ 694 mi no terceiro trimestre

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Embora muitas companhias tenham computado prejuízos por conta dos impactos da crise financeira global em seus balanços no terceiro trimestre, a JBS S.A. registrou lucro líquido histórico no período, de R$ 694 milhões. A receita líquida no período somou R$ 7,771 bilhões.

 

O frigorífico conseguiu reverter os resultados obtidos no trimestre anterior, quando registrou prejuízo de R$ 364,4 milhões, por conta de uma conjunção de fatores. Entre eles, a valorização do dólar e a redução de custos.

 

"Alguns efeitos dessa crise, como o movimento de câmbio, trouxeram benefícios. O fator câmbio resultou na valorização de ativos no exterior e contribuiu para a desalavancagem financeira da JBS, uma vez que atualmente mais de 80% de sua geração de caixa é em moeda americana e quase a totalidade da sua dívida está em reais", disse Joesley Mendonça Batista, presidente da JBS.

 

Além do câmbio, a redução dos custos foi outro fator que contribuiu para o resultado. "A conversão das receitas em dólar e o cenário de retração que levou à queda de preços das commodities ajudaram na recuperação de margens da empresa. O preço do boi também retraiu", comentou Peter Ho, analista da Corretora Planner. O fato de o volume de operações de hedge ser baixo, em comparação às vendas, deixa a empresa menos vulnerável aos riscos em operações financeiras desse tipo, acrescentou o especialista da corretora. Do total da receita bruta obtida no terceiro trimestre, 64% foi proveniente dos mercados domésticos e 36% de exportações.

 

As operações da companhia se concentram nos Estados Unidos, onde a carne bovina representou 43% da origem da receita no terceiro trimestre e, a carne suína, colaborou com 14%. Na seqüência dos mercados, em importância, vem a carne bovina no Brasil (22%), na Austrália (13%) e na Argentina (3%), de acordo com o balanço divulgado ontem.

 

A margem Ebitda da companhia foi de 6,1% ante os 4,1% do trimestre imediatamente anterior e o Ebitda consolidado foi de R$ 470,5 milhões - aumento de 61,8% em comparação ao segundo trimestre deste ano. Por unidades, a JBS USA carne bovina alcançou margem de 5,6% neste terceiro trimestre, enquanto que as operações com carne suína naquele país tiveram margem de 7,6%, um salto em comparação ao trimestre anterior quando a margem foi de 3,2%. A receita líquida com a venda de bovinos naquele país foi de US$ 2,7 bilhões (somados resultados na Austrália) e, com suínos, a receita chegou aos US$ 682,2 milhões.

 

No Brasil, a receita líquida cresceu 27,6% para R$ 1,4 bilhão e a margem Ebitda teve recuperação passando dos 5,5% no segundo trimestre para os 6,2% neste trimestre mais recente.

 

Crise

 

Batista disse que a JBS está preparada para continuar crescendo, independentemente da situação do mercado de crédito. "Temos conseguido renovar todas as linhas que utilizamos", disse. "Vamos experimentar em 2009 e 2010 a chance de mostrar ao mercado a nossa capacidade de navegar em mar revolto. Quando o mar está calmo, todos são bons marinheiros. A JBS vai continuar crescendo", comentou. Batista disse que os planos de fazer aquisições no Brasil ou Argentina em 2009 se mantêm. Para o executivo, a opção da JBS de adquirir empresas com baixa performance se mostrou estratégia vencedora e trouxe o benefício da alta liquidez à companhia.

 

O frigorífico tem R$ 2,256 bilhões em caixa e dívida de curto prazo de R$ 1,950 bilhão. Mesmo caso a crise não tenha se estabilizado até o próximo trimestre, a companhia não espera dificuldades para refinanciar essa dívida.

 

Em último caso, se houver dificuldades nesse sentido, a empresa já trabalha com cenários que consideram acréscimos distintos no custo da dívida. No cenário mais provável, quando os bancos confirmam a renovação do principal das operações de financiamento de curto prazo da empresa, o valor para a amortização da dívida chegaria a R$ 154 milhões; no pior deles, quando a JBS considera não renovar totalidade de algumas linhas de financiamento, a dívida poderia encarecer em R$ 457 milhões.

 

No que diz respeito às exportações, não há expectativa de desaceleração para as vendas a Rússia.

 

A JBS S.A. registrou lucro líquido histórico no terceiro trimestre, de R$ 694 milhões. O frigorífico reverteu um prejuízo de R$ 364,4 milhões, por conta, principalmente, da valorização do dólar e a redução de custos.

 

Veículo: DCI


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