Pesquisa Sazonal

Redes de Negócios

2021

Cresce o peso do associativismo no varejo alimentar

O associativismo é uma prática muito presente no varejo alimentar e vem se fortalecendo a cada ano. Uma das frentes que apresenta contínuo progresso é o de redes de negócios, segmento que é monitorado pela Associação Brasileira de Supermercados há mais de duas décadas. E de acordo com a 21a Pesquisa Ranking de Redes e Associações de Negócios, elaborada pela ABRAS, o faturamento bruto desse mercado deu um significativo salto no ano passado.

Em 2020, este segmento registrou crescimento nominal de 18,9%, passando de R$ 52,9 bilhões para R$ 62,9 bilhões. Para se ter uma ideia do quanto esse mercado vem evoluindo nos últimos anos, sua receita movimentada em 2015 havia sido de R$ 33,8 bilhões. Ou seja, entre este período e 2020 o salto contabilizado foi de 86%.

E para 2021, os empresários ligados às redes e associações de negócios, de forma preponderante, manifestaram otimismo em relação ao desempenho desse segmento. Das redes respondentes, 68% acreditam que fecharão o ano com salto em receita entre 5% e 10%. Outros 17% esperam um crescimento ainda maior. Apenas 15% dos participantes da pesquisa vislumbram um cenário de estabilidade.

A pesquisa da ABRAS também avalia outros indicadores desse mercado que, em linha com a receita, seguem evoluindo. A quantidade de estabelecimentos operados pelas empresas associadas às redes de negócios subiu para 4.416 unidades, o que corresponde a um salto de 5,9% no total de lojas. Consequentemente, o número de check-outs também cresceu, passando de 23.592 para 24.757 — aumento de 4,9%. Outro indicador que demonstra a evolução desse mercado é o total da área de vendas, que saltou 5,4%, passando de 3,02 milhões de m2 para 3,18 milhões de m2 .

“O Ranking das Redes e Associações de Negócios tem como objetivo apurar o desempenho e a evolução deste segmento no varejo brasileiro. As informações possibilitam importantes análises em relação à gestão dessas redes e evidenciam o quanto elas estão progredindo e se profissionalizando a cada ano, fato que contribui para o desenvolvimento do setor supermercadista brasileiro”, observa o vice-presidente Institucional e Administrativo da ABRAS, Marcio Milan.

Movimentações do Ranking

Nesta edição, a pesquisa realizada pela ABRAS ficou maior, contando com a declaração de 79 redes, ante as 62 participantes da edição anterior. Desse total, 21 são novas declarantes.

Considerando o universo das redes de negócios que declararam suas informações para essa pesquisa e que, portanto, compõem este ranking, observa-se que as cinco maiores redes ampliaram a força desta “linha de frente”. Conjuntamente, registram um faturamento de quase R$ 24 bilhões, ante os R$ 20,2 bilhões contabilizados no ano anterior.

A Rede São Paulo, que estreou na pesquisa passada já na liderança deste ranking, se manteve no topo, com uma receita de R$ 11,5 bilhões e um total de 187 lojas atendidas. A rede é formada por sete tradicionais bandeiras do varejo: Confiança, Pague Menos, Jaú Serve, Lopes, Shibata, Comper e Proença.

No grupo das top 5, a Rede São Paulo é seguida novamente pela Rede Saerj (Supermercados Associados do Estado do Rio de Janeiro), que registrou receita de R$ 5,6 bilhões, por meio da operação de 24 empresas ligadas a ela. E na sequência está o grande destaque do topo da pesquisa, a rede cearense Uniforça, que saltou da sexta para a terceira posição ao contabilizar um faturamento de R$ 2,4 bilhões. Completam este grupo a Associação Rede Premium de Supermercados (SC) e a Rede Nordeste (RN).

As redes das redes

O associativismo no varejo alimentar brasileiro não é composto apenas pelas associações convencionais, compostas por supermercados e que formam a base deste estudo. Há também outros modelos de negócios, que tradicionalmente SuperHiper destaca no detalhamento desta pesquisa, que são as chamadas redes das redes, que consiste na união de várias redes de negócios em outra central, e redes de empresas do ramo atacadista. Entre as redes das redes, está a paulista União de Redes Brasil (UniBrasil), que nesta edição do estudo ultrapassou a receita de outra megarrede, a gaúcha RedeCen (Central de Redes de Negócios do Rio Grande do Sul). Em 2020, a receita conjunta dos associados da UniBrasil passou de R$ 7,69 bilhões para R$ 8,94 bilhões, desempenho que corresponde a um salto de 16%. São 168 empresas que integram a UniBrasil, responsáveis por operar 422 estabelecimentos. Já a RedeCen, faturou R$ 8,36 bilhões no ano passado, ante uma receita de R$ 8,26 bilhões no período anterior. Um salto, portanto, de 1,2%.

Dentre as redes com viés atacadista, a mineira Rede Smart, do Grupo Martins, recuperou no ano passado parte da receita perdida em 2019, por conta de movimentações na base de associados, que reduziu o universo de lojas operadas. Dessa forma, a receita da rede saltou de R$ 6 bilhões para R$ 6,5 bilhões.

Já a Rede Brasil de Supermercados, também com atuação atacadista, teve um ganho de 20% em receita, contabilizando R$ 23,7 bilhões movi - mentados no ano passado. A base de empresas associadas não teve alteração, mantendo-se em 16 companhias, e a quantidade de lojas operadas por estes associados teve variação acentuada, passando de 362 para 424 estabelecimentos.

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