Cientistas da Nestlé estudam sintetizador de alimentos

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A Nestlé ganhou bilhões de dólares servindo doses de cafeína com as cafeteiras Nespresso. Agora, seus cientistas querem fornecer vitaminas e minerais muito mais necessários para pessoas de todo o mundo de um modo parecido.

O Nestlé Institute of Health Sciences (NIHS), braço de pesquisa da maior empresa de alimentos do mundo, está desenvolvendo ferramentas para analisar e medir os níveis de dezenas de nutrientes essenciais das pessoas. O objetivo é oferecer suplementos personalizados de acordo com as necessidades de cada indivíduo, possivelmente por meio de um aparelho não muito diferente das máquinas Nespresso - mas é possível que ainda demorem muitos anos para desenvolvê-lo.

O programa, com o codinome "Homem de Ferro", é parte das iniciativas da empresa suíça para tratar desordens metabólicas, cerebrais e gastrointestinais com novos alimentos e bebidas. No NIHS, mais de 110 cientistas estão trabalhando em projetos que envolvem de biomarcadores moleculares de obesidade ao descobrimento de conexões entre a deficiência de vitaminas e minerais e doenças como a diabetes, o câncer ou enfermidades cardiovasculares.

"O 'Homem de Ferro' é uma análise do que está faltando na nossa dieta e um produto personalizado que ajudará a compensar essa diferença", disse Ed Baetge, diretor do NIHS, durante um almoço na cafeteria do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, Suíça, onde estão os pesquisadores da Nestlé. "Antes, a comida era só comida. Agora estamos indo em uma nova direção".

Qualquer produto derivado do "Homem de Ferro" seria mais eficaz que os suplementos multivitamínicos vendidos nas farmácias, que não são ajustados a necessidades específicas, disse Baetge. Em dezembro, o periódico "Annals of Internal Medicine" publicou um editorial dizendo que esses suplementos "não oferecem um benefício evidente e podem até ser prejudiciais".

O Nestlé Health Science já faz produtos nutricionais para diversas doenças, como Alzheimer e distúrbios genéticos que afetam o modo como o organismo processa os alimentos. A unidade é dirigida por Luis Cantarell, que também chefia o segmento de nutrição da Nestlé, de US$ 11 bilhões, e trabalhou no marketing de café previamente em sua carreira.

O "Homem de Ferro", que começou no fim do ano passado e já envolve 15 cientistas, tem uma missão muito mais abrangente que as ofertas atuais de nutrição médica da Nestlé.

A pesquisa da Nestlé sobre nutrição personalizada poderia levar a "propostas de negócios que não poderíamos imaginar hoje", disse Cantarell. Ele reconhece, no entanto, que a era de alimentos completamente personalizados está muito mais longe do que os cinco a dez anos que os pesquisadores da Nestlé preveem - um ceticismo que é compartilhado, e amplificado, por alguns cientistas de fora.

"Não acho que a nutrição personalizada chegue ao nível dos indivíduos", disse Ian Macdonald, diretor da Faculdade de Biociências da Universidade de Nottingham. "Se eles quiserem uma solução de alta tecnologia para o problema, não vai dar certo".

Criar essa marca é caro - entre US$ 50 e US$ 200 por cada nutriente medido, segundo pesquisadores da Universidade de Minnesota -, então um perfil completo custaria muito mais de US$ 1 mil.



Veículo: Valor Econômico


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