O carioca Luis Cláudio Oliveira garante que acertou na mosca. Já o mineiro Roberto Guido olha para o passado e vê que foi a melhor opção para seu início de carreira. O que ambos têm em comum? Iniciaram suas trajetórias profissionais em programas de trainee Oliveira no Grupo Santander, e Guido na fabricante de bebidas AmBev. Atualmente ocupando cargos gerenciais, os dois são mais um exemplo de pessooas que acreditaram nesse caminho e hoje colhem bons frutos.
Cada vez mais popular entre multinacionais e companhias de grande e médio porte instaladas no País, os programas de trainee rapidamente também se tornaram o sonho de consumo de muitos jovens recém-saídos das universidades. Além dos benefícios e da boa remuneração, eles enxergam ali a chance de alcançarem um desenvolvimento profissional mais rápido e, acima de tudo, seguro.
"Inscrevi-me em busca de uma empresa sólida, estruturada e que me oferecesse um plano de carreira, para não ficar pulando de galho em galho. Acho que encontrei tudo isso na C&A", afirma o carioca Gabriel Miceli, de 25 anos, e que há cinco meses se transferiu para São Paulo, onde participa do treinamento da C&A. A varejista de vestuário, por sinal, é mais uma que, ao lado do Grupo Votorantim e Camargo Corrêa, por exemplo, ainda abrirá inscrições para novas turmas de trainee. Os interessados podem se candidatar às vagas no site da C&A, a partir de 4 de setembro.
Miceli está vivendo uma experiência que Renata Lourenço conhece muito bem. Formada em engenharia de produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Renata participou do programa de trainee 2006 da AmBev, com duração de dez meses. Hoje, aos 28 anos, ela é gerente de gente e gestão da fábrica da empresa em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio.
"Foi uma experiência extremamente valiosa e que serviu, também, para direcionar minha carreira. Minha formação é numa área exata, mas hoje trabalho em recursos humanos (RH). Só me dei conta desse interesse durante o treinamento", afirma, ao lado de Nathália Erthal e Bruna Buas, também ex-trainees que hoje ocupam cargos de gerência no Rio.
A aposta nos recém-formados é uma marca da AmBev. O presidente da companhia, Luiz Fernando Edmond, começou assim. Nas últimas semanas, altos executivos da multinacional rodaram universidades de todo o País para divulgar o programa, que recebe inscrições até este domingo.
Caroline Coboiak, coordenadora de recrutamento da Across, empresa que desenvolve os processos seletivos de empresas como Contax, Nestlé, Siemens e Perdigão, entre outras, acredita que os programas de trainee são, de fato, a melhor alternativa para o início de carreira. Segundo ela, algumas profissões estão em alta. "As empresas estão em busca de recém-formados de diversas áreas, mas cursos como administração, engenharia, relações internacionais, tecnologia de informação (TI) e economia estão em evidência", revela.
Para a presidente da seccional fluminense da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ), Leyla Nascimento, há ainda outras vantagens. "O trainee estará sempre ligado ao planejamento estratégico da empresa. As corporações focam o treinamento no desenvolvimento de liderança", diz.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ