Classe média não abre mão do conforto conquistado

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Economia estável permitiu mudança nos hábitos alimentares


 
A Associação Parananense de Supermercados (Apras) garante que o poder de consumo voltará ao patamar anterior a maio/junho, época do pico da crise dos alimentos. A expectativa é de Everton Muffato, presidente da Apras, ao apontar os sinais de estabilização das commodities como trigo, feijão, soja, arroz e carne bovina. ''Os alimentos de primeira necessidade impulsionaram os preços alavancados pelas commodities nos mercados nacional e internacional. O pior já passou'', diz.

 

Muffato explica que os supermercados foram agentes de contenção da inflação ao reter em média 50% dos repasses da indústria e barganhar prazos de pagamento com os fornecedores. ''Somente os artigos de primeira necessidade aumentaram como carne bovina, arroz, trigo e feijão porque são commodities. Sabão em pó, detergente e azeite apresentaram queda'', analisa. ''Não foi registrada uma fuga de clientes e sim uma mudança de comportamento. Os produtos do tipo premium foram substituídos por outros mais inferiores. Já as hortaliças sofreram os ajustes normais da época de inverno, quando o clima interfere no volume da produção''.

 

''A economia estável que vivemos por um longo período no Brasil, permitiu à classe média o acesso a produtos importados de qualidade que hoje fazem parte do hábito alimentar. Não há queda no consumo destes artigos e sim uma migração para aqueles de valores mais em conta'', afirma o diretor da empresa de importação Porto a Porto, Pedro de Oliveira. A análise do comerciante, que há 10 anos abastece o mercado de varejo, é baseada na próprioa observação do comportamento de famílias que melhoraram o padrão de vida e aprenderam a comer produtos que eram considerados caros demais ou até mesmo supérfluos.

 

Oliveira explica que com o Plano Real, implantado em 1994, veio também a mudança no modo de comprar, já que o risco de inflação foi afastado. Se antes, comprava-se em quantidade para aproveitar preços, nos últimos anos, o brasileiro descobriu as embalagens pequenas e passou a repor a despensa com maior regularidade. Entre os produtos que sofreram alta no consumo, Oliveira destaca os azeites, massas de grano duro e vinhos importados.

 

O vinho, por exemplo, representa 60% do seu negócio e que apesar do vinho importado ser o preferido em boa parcela da clientela, ele tem a certeza, que há vinículas brasileiras que atendem bem à expectativa da demanda. Com a entrada maciça de chilenos, argentinos e portugueses à preços entre R$ 12 e R$ 20 forçou a elevação da qualidade dos nacionais.

 

O Lojão do Queijo apostou em promoções, segurou preços e ofereceu mais opções para manter a clientela. O local atende cerca de 150 pessoas durante a semana, mas aos sábados, pode chegar a 600. Segundo o proprietário Aurélio Jakotenski, apenas 10% do total mantém-se fiel fazendo compras regulares. ''A estratégia foi feita em acordo com os fornecedores e ficou bom para todo mundo'', comemora o comerciante depois de perceber que mais da metade da freguesia deixou de comprar, em especial os frios.

 

Cliente da loja há cinco anos, o empresário João Camargo faz parte da clientela sempre presente. Mas confessa que nos últimos tempos tem visitado menos o local. ''Em casa não abrimos mão de comer bem, no entanto diminuímos o volume de produtos que extrapolam à cesta básica. Gosto do conforto de um bom queijo ou vinho, mas já troquei algumas marcas e deixei alguns hábitos de lado, como comer fora, para priorizar a compras de mercado e cozinhar mais em casa, que sai mais barato'', analisa.

 

Veículo: Folha de Londrina


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