Parmalat fecha fábrica e corta a produção

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As ações da Laep Investments, controladora da Parmalat, continuam sangrando e fecharam ontem abaixo de R$ 1,00 na Bovespa. Desde que os papéis foram lançados, em 31 de outubro do ano passado, o recuo é de 87,20%, conforme o Valor Data. No período, as ações saíram de R$ 7,50 para R$ 0,96 no fechamento de ontem. Só ontem, a queda foi de 19,32%.

 

A empresa deu início a seu plano de racionalização que inclui fechamento de unidades, anunciado no dia 18 deste mês, depois de reportar um prejuízo de R$ 73,3 milhões no segundo trimestre deste an
o. Uma das primeiras medidas, tomada já na segunda semana de agosto, foi a suspensão das operações em sua fábrica de Ouro Preto D'Oeste, em Rondônia.


 

Em nota, a Parmalat Brasil informou que "decidiu transferir a produção de leite UHT da fábrica de Ouro Preto D'Oeste para a unidade de Santa Helena (GO). A decisão é parte do processo de reorganização que a atual gestão vem promovendo, de forma a ajustar a estrutura da empresa aos novos desafios de mercado". O comunicado diz ainda que "a estratégia adotada é concentrar as linhas de produção em fábricas localizadas nas proximidades dos maiores centros de consumo e das principais bacias leiteiras".

 

Segundo fontes do setor de lácteos, além de suspender as operações em Rondônia, a Parmalat também reduziu o processamento de leite nas unidades de Frutal e Governador Valadares, ambas em Minas, e Votuporanga (SP). A estimativa é de que a captação da empresa, que era de 100 milhões de litros por mês até abril tenha caído para menos da metade, para cerca de 40 milhões a 45 milhões de litros nas 15 unidades da empresa. Procurada, a Parmalat não se pronunciou.

 

Ainda conforme apurou o Valor, a Laep já estaria sondando possíveis compradores para participação na Integralat, empresa criada para integrar a produção de leite. Há pouco mais de uma semana, no anúncio do plano de racionalização, cujo objetivo é economizar R$ 16 milhões, o presidente da Laep, Marcus Elias, admitiu que a empresa poderia vender ativos, entre eles fazendas da Integralat.

 

Ainda que a própria Laep tenha admitido que errou no "timing" ao ampliar a capacidade produtiva da Parmalat num momento de mercado adverso, analistas e fontes desse segmento afirmam que todo o setor vive dificuldades. A razão principal é o forte aumento na produção de leite no país, estimulado pelos preços altos em 2007, seguida por queda na demanda, o que afetou as margens do setor.

 

Segundo o Cepea, da Universidade de São Paulo, a captação de leite subiu 22% no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período de 2007. Isso significa um oferta adicional de 7 bilhões de litros de leite na produção do país, que foi de 25 bilhões em 2007, diz uma fonte da indústria. Ele observa que esse quadro fez os preços de venda do leite no atacado recuarem 25% desde junho deste ano, quando atingiu o pico de R$ 1,55 o litro.

 

Com o cenário ainda negativo, a expectativa é que a Laep tenha novo prejuízo neste trimestre, o que estaria levando os investidores a vender, diz um analista.

 

A sangria dos papéis da Laep começou em julho deste ano, depois que o UBS Pactual rebaixou de compra para neutra, a recomendação para a companhia e sugeriu venda no curto prazo.

 

Veículo: Valor Econômico


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