Confiança do consumidor retorna ao nível pré-crise

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Embalada por uma onda de otimismo em relação aos rumos da economia brasileira, a confiança do consumidor em outubro retornou ao nível pré-crise e atingiu o maior patamar em 17 meses. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 2,2% este mês, após apresentar estabilidade no mês passado, informou, na sexta-feira, a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

Um dos fatores que puxaram para cima o resultado foi a análise sobre o mercado de trabalho, que mostrou em outubro a melhor avaliação em quase quatro anos, de acordo com o coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da fundação, Aloisio Campelo. "O que freou um maior avanço da confiança foi a piora nas intenções de compras de bens duráveis (como carros e eletrodomésticos)", acrescentou.

 

O universo do ICC abrange pesquisa em mais de 2 mil domicílios, realizada entre os dias 30 de setembro e 20 de outubro. O desempenho do indicador, calculado com base em uma escala de pontuação entre 0 e 200 pontos, foi de 111,2 pontos para 113,6 pontos, de setembro para outubro. Pelo critério da FGV, quanto mais próximo de 200, maior o nível de confiança do consumidor.

 

Os consumidores do Rio de Janeiro e de São Paulo impulsionaram o bom resultado do mês. Na capital fluminense, o ICC subiu 2,4% em outubro, após cair 2,3% em setembro. O economista não acredita que o desempenho possa ter sido influenciado pela escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016. "Não temos como comprovar isso", afirmou. Já o ICC em São Paulo avançou 3%, a oitava alta consecutiva, após subir 0,9% em setembro, o segundo maior nível da série, iniciada em 2005.

 

OUTROS PAÍSES. Em outubro, o patamar de confiança do consumidor brasileiro ficou acima dos níveis mostrados por Argentina, Estados Unidos e Europa. "Estamos voltando ao grau de confiança pré-crise, o que não aconteceu ainda em outros países", disse.

 

No entanto, nem todas as avaliações do consumidor foram positivas em outubro. Campelo ressaltou que, este mês, 27,8% dos entrevistados estimam compras menores de bens duráveis nos próximos seis meses, e apenas 9,7% projetam comprar mais deste tipo de produto.

 

Além disso, diminuiu de 31,6% para 31,1% a percentagem de pesquisados que acreditam em situação financeira familiar melhor nos próximos seis meses. "O consumidor em outubro parece já estar bem endividado, principalmente entre as famílias com renda mais baixa", afirmou.

 

O economista não acredita que esse cenário possa prejudicar as vendas para o Natal. Ele lembrou que bens duráveis não são o foco de presentes natalinos, normalmente concentrados em semiduráveis (roupas e calçados). Além disso, observou que o consumidor brasileiro contará com massa salarial mais elevada nos dois últimos meses do ano, devido ao pagamento do décimo terceiro salário.

 

Para os analistas da consultoria Tendências, Bernardo Wjuniski e Ariadne Vitoriano, o cenário de outubro indica um bom sinal para a economia doméstica, e um indicativo que a demanda interna continuará a estimular a economia do País, contribuindo para a retomada da atividade.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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