Bradesco, Pão de Açúcar e Petrobras apostam em 2010

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Gigantes da economia brasileira preveem um feliz (ou felicíssimo) 2010, com base em projeções macroeconômicas positivas e em perspectivas animadoras para seus negócios. Bradesco, Petrobras, Pão de Açúcar, além da Tecnisa (da área de construção) trabalham com estimativas que autorizam esse otimismo: crescimento do PIB superior a 4%, inflação dentro da meta e sob controle e juro básico (taxa Selic) abaixo de 10%.

 

Para Hugo Bethlem, vice-presidente executivo do Grupo Pão de Açúcar, a empresa deve confirmar um forte crescimento já neste ano e, portanto, sobra otimismo para 2010: "Nossa situação, até agora, já está bem acima do que vínhamos divulgando ao mercado e investidores. O fechamento do último trimestre acusa um crescimento de 10% nas vendas das lojas".

 

Puxadas por uma série de reestruturações lançadas em 2008, as ações da companhia, segundo ele, registram valorização de 50% no ano.

 

As mudanças envolveram a aquisição do Ponto Frio e também do Assai, incorporações a serem finalizadas somente no próximo ano: "Essas duas grandes frentes foram muito bem vistas pelo mercado e pelos investidores. O ano que vem será o ano da consolidação desse desafio".

 

As novas faces do grupo serão plenamente integradas, de acordo com Bethlem, junto com a evolução de novas plataformas de tecnologia da informação. Uma reestruturação na plataforma de Back Office (procedimento interno da empresa) e na de Front Office (trato direto com o cliente) deve melhorar a logística e o contato com o consumidor nas lojas.

 

"Também continuamos fortes na expansão de mercado por meio dos modelos Extra Fácil, nossa loja de mercado de conveniência, e agora pelo Assai, modelo conhecido como atacarejo", ressalta, projetando uma expansão além dos 18 estados em que o grupo está presente.

 

"A economia vem se recuperando de maneira acentuada, o que nos deixa otimistas para o ano que vem", afirma Laércio Albino Cezar, vice-presidente executivo do Bradesco. Para ele, os recentes ajustes feitos na economia, inclusive a manutenção da taxa básica de juros em 8,75%, prometem "perspectivas excelentes", porque demonstram um "controle e monitoramento do governo sobre a economia".

 

No entanto, Cezar não descarta uma possível subida da inflação, talvez transitória, mas nada que possa exigir mudanças estratégicas nas decisões do banco. "O Bradesco sempre buscou dar apoio a empresas e pessoas físicas que apoiam a produção e que buscam recursos para fazer investimentos. Esse é o rumo."

 

O governo e o mercado, na opinião do executivo, ajudaram o Brasil a alcançar um padrão de "excelência na economia", o que deve trazer um significativo aumento nos lucros em 2010.

 

Internet

 

A tecnologia de informação, mais propriamente a internet, deve impulsionar o crescimento da Tecnisa em 2010, segundo Romeu Busarello, diretor de marketing da construtora. Para o executivo, a longa experiência da companhia com vendas on-line será o motor dessa estratégia. "Hoje, aproximadamente 30% das vendas são geradas pela internet, onde vamos crescer ainda mais por vários motivos. Primeiro pelo aumento do número de internautas e depois pelo lançamento de alguns produtos voltados para o público de menor poder (aquisitivo), o que dá uma potencialidade maior para essa ferramenta", raciocina.

 

De olho no poder da web, o Grupo Pão de Açúcar vai diversificar os serviços e plataformas de relacionamento com o cliente via internet, de olho no potencial que a ferramenta oferece. "Acho que a consolidação dessa plataforma será nossa grande ação estratégica pela força da internet e também por ser um mecanismo de fidelização do cliente", diz Hugo Bethlem.

 

Pré-sal

 

A tecnologia disponível para exploração do pré-sal não deve ser um problema para a Petrobras no próximo ano, em que a prioridade deve ser mesmo essa operação, segundo Washington Salles, gerente executivo do desenvolvimento do sistema de gestão da empresa. Segundo ele, a maior dificuldade será a disponibilidade de equipamentos e componentes junto aos fornecedores. "O volume de equipamentos necessários será considerável, e não sabemos como nossos fornecedores poderão nos atender."

 

Mesmo assim, o executivo frisa que os acionistas não devem se preocupar com a queda dos preços das commodities e promete um considerável crescimento da estatal para o ano que vem: "O planejamento da Petrobras é feito com projeção nos preços a médio e longo prazo e organização do balanço de suas necessidades a partir da geração de caixa. Podemos esperar um crescimento semelhante ao dos últimos anos."

 

Os grandes conglomerados mostram alto grau de otimismo em relação às perspectivas da economia brasileira em 2010 e em relação a seus próprios negócios. Executivos de Bradesco, Pão de Açúcar, Petrobras, e Tecnisa, ouvidos pelo DCI, fazem seus planos para o próximo ano contando com um crescimento de pelo menos 4% do Produto Interno Bruto (PIB) e apostam em inflação controlada e em juros com alta moderada, abaixo dos dois dígitos, da taxa básica Selic.

 

Para Hugo Bethlem, vice-presidente executivo do Grupo Pão de Açúcar, a empresa deve confirmar um forte crescimento já neste ano e sobra otimismo para 2010: "Nossa situação, até agora, já está bem acima do que vínhamos divulgando ao mercado e a investidores. O fechamento do último trimestre acusa um crescimento de 10% nas vendas das lojas", comemora.

 

Para o executivo, o crescimento da economia no próximo ano deve novamente ser impulsionado pelo consumo interno, por isso a rede varejista decidiu investir na ampliação de seus negócios, como a aquisição do Ponto Frio.

 

Para Laércio Albino Cézar, vice-presidente executivo do Bradesco, a atuação do Banco Central deve ajudar a economia a crescer de forma tranquila. Ele não descarta uma possível subida da inflação, embora transitória, mas em nível que não exigirá mudanças expressivas nas decisões do BC sobre os juros básicos.

 

Outro setor que aposta em forte crescimento em 2010 é o de construção civil. E a Tecnisa está de olho principalmente no aumento de vendas pela internet. "Hoje, aproximadamente 30% das vendas são geradas pela internet, onde vamos crescer ainda mais em decorrência do aumento do número de internautas e do lançamento de alguns produtos voltados para o público de baixa renda, o que potencializa essa ferramenta", afirma Romeu Busarello, diretor de Marketing da construtora.

 

A Petrobras dará prioridade ao pré-sal em 2010, e só prevê dificuldades com seus fornecedores. "O volume de equipamentos necessários será considerável, e não sabemos como nossos fornecedores poderão nos atender", afirma Washington Salles, gerente de Desenvolvimento da estatal.

 


Veículo: DCI


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