Inflação na capital paulista se acelera, puxada por vestuário

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O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no município de São Paulo avançou 0,35% na primeira leitura de agosto, ante 0,33% na semana anterior, mostrou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Segundo o professor de economia do Mackenzie, Fernando Ribeiro, as razões principais para o crescimento estão no grupo de Vestuário ao passar de -0,77% para -0,19%. Na sequência está Habitação com 0,55%, ante aos 0,23% da última leitura, e Despesas Pessoais, em 0,11%, ao invés dos 0,01% anteriores.

 

Para ele, o fator responsável pela alta no grupo Habitação foi a energia elétrica, reajustada em 12,96% pela Eletropaulo em julho. "O reajuste de julho não interferiu na leitura do índice do mês, pois o impacto no público não é imediato. Contudo, o grupo Habitação poderia ter elevado mais seus valores se o aluguel destes últimos 12 meses não tivesse registrado deflação", explicou.

 

José Eduardo Balian, professor da ESPM, afirmou, no entanto, que o clima de inverno foi o fator que mais influenciou as compras. "Nos últimos anos não tivemos muito frio. O clima elevou as vendas. E a falta de recursos para gastos maiores influenciou no aumento dos pequenos gastos pessoais", disse.

 

Em contrapartida, os grupos do IPC que não colaboraram para uma alta maior do índice foram: Saúde ao recuar de 0,79%, para 0,65% na primeira prévia de agosto, e Alimentação, ao passar de 0,90% na última leitura de julho, para 0,39% nesta. Os grupo Educação passou de 0,19% para 0,12% e Transporte manteve-se em 0,19%.

 

Combustíveis

 

O valor médio do álcool combustível subiu 6,88%, mais do que os 4,66% da leitura de julho. De acordo com o coordenador do IPC da Fipe, Antonio Evaldo Comune, o preço do álcool vem, desde julho, mostrando uma recuperação em relação às fortes baixas apresentadas no final do primeiro semestre. Segundo ele, a tendência é de que o combustível continue apresentando variações mais altas no decorrer do mês. "Agora entrou uma fase de produção menor e o preço tende a subir", disse.

 

Já a gasolina migrou do terreno negativo para o positivo entre o final de julho e o começo de agosto, mas permaneceu próximo da estabilidade. Conforme o levantamento da Fipe, o combustível apresentou leve alta, de 0,05%, na primeira quadrissemana do mês atual, ante uma leve baixa, de 0,04%, registrada no fim do mês passado.

 

Balian, por sua vez, explicou que o repasse no grupo Transportes não ocorreu, pois as empresas não repassam o lucro.

 

Veículo: DCI


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