Cúpula debaterá nova gripe e economia da América do Sul

Leia em 3min 50s

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está hoje em Quito, no Equador, para participar da posse do presidente Rafael Correa, em seu segundo mandato, e para a 3ª Cúpula da Unasul (União de Nações Sul-Americanas). De acordo com o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, dentre os assuntos em pauta da reunião está a transferência da Presidência pro tempore do Chile para o Equador.

 

Durante o evento, espera-se que a Cúpula tenha como resultado a criação, por meio de decisões presidenciais, de quatro novos conselhos ministeriais da Unasul, nos setores de Infraestrutura e Planejamento; Desenvolvimento Social; Combate ao Narcotráfico; e Educação, Cultura, Tecnologia e Inovação.

 

Também está prevista a adoção de uma Declaração Conjunta centrada na crise econômica e financeira e nos avanços e desafios da Unasul, e de um comunicado conjunto sobre as Ilhas Malvinas.

 

Ontem, o Conselho de Saúde definiu a estratégia para pedir aos países desenvolvidos, à Organização Mundial da Saúde (OMS) e às companhias farmacêuticas o acesso a vacinas e remédios para combater a gripe suína. Reunidos antes da reunião da Unasul, os ministros disseram que a região precisaria de 200 milhões de doses de vacinas.

 

A ministra da Saúde do Equador, Caroline Chang, disse que os governos reiteraram seu apoio à "liderança" da OMS, para que a organização negocie com "os laboratórios e países do primeiro mundo" e "garanta o acesso à população mais vulnerável", disse Chang.

 

Adicionalmente, os governos se comprometeram a não comprar remédios para o vírus A "a preços acima do estabelecido, evitando que os interesses comerciais se aproveitem do pânico causados pela pandemia."

 

Segundo o porta-voz da presidência, tendo em vista as limitações de tempo impostas pela cerimônia e eventos relacionados à posse do presidente Correa, não está previsto debate entre os chefes de Estado e de governo da Unasul. No entanto, ele admite que reuniões bilaterais podem ocorrer, de forma "improvisada".

 

Baumbach ressaltou também que a questão da presença americana em bases militares da Colômbia será outro tema abordado na reunião de Cúpula. "O Brasil acredita que, em um momento posterior, o tema deveria ser discutido na Unasul, que é o foro apropriado para esse debate. A presença americana na região, por mais bem substanciada que possa ser do ponto de vista da Colômbia, sempre causa preocupações, por se tratar de um país estrangeiro. O Brasil quer que haja transparência em todas as decisões que disserem respeito a esses temas e acredita que é fundamental que algum tipo de garantia formal, de garantia jurídica, seja dada, no sentido de que eventuais operações ocorram estritamente dentro do território colombiano.

 

O presidente considerou positiva a iniciativa do seu colega colombiano de discutir esse assunto. As explicações foram bem recebidas, mas não esgotam o assunto. Portanto, o Brasil acredita que serão necessárias discussões adicionais", explicou Baumbach, acrescentando que o surgimento desse tema reforça a importância da proposta brasileira de criação de um Conselho de Defesa.

 

Segurança

 

Os eventos marcam um momento de tensão, ameaças militares e desentendimentos diplomáticos entre vários membros da Unasul, em razão de um acordo, atualmente em discussão em Bogotá, que permitirá aos Estados Unidos utilizar bases militares em território colombiano.

 

A Colômbia, principal aliado da Casa Branca na América do Sul, defende seu direito de combater as drogas e o terrorismo através desta aliança - que para governos de esquerda, como os de Bolívia, Equador e Venezuela, representa uma ameaça à segurança regional.

 

A Venezuela foi além das críticas, congelando suas relações com o governo de Álvaro Uribe. Como se não bastasse, a decisão significou mais um nó na complicada crise entre Colômbia e Equador.

 

"Aqui não há mediadores, a única forma de esta situação voltar à calma é a Colômbia desistir de entregar seu território aos Estados Unidos", disse o presidente venezuelano, Hugo Chávez.

 

O presidente da Bolívia, Evo Morales, declarou que "isso não é contra as Farc, não é contra o narcotráfico, é contra a região. Temos a obrigação [de rejeitá-lo] para defender a dignidade de toda a América do Sul".

 

Em resposta, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, negou que o país planeje instalar bases militares na Colômbia como parte de uma revisão do acordo de segurança com o país sul-americano.

 

Veículo: DCI


Veja também

Compre! Mas gaste com inteligência

Economizar. O conselho que está na boca de todos os consultores de finanças pessoais nem sempre é f...

Veja mais
Vendas crescem até 8%

Comércio mantém fôlego, fecha o primeiro semestre com significativa expansão e já faz ...

Veja mais
Governo indica que negociará alternativa para os exportadores

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai vetar a medida que reconhece o direito de empresas exportadoras ao cr&...

Veja mais
''Reação da indústria ainda é incipiente''

Apesar da alta das vendas em junho, CNI registra pior semestre desde 2003   O primeiro semestre de 2009 apresento...

Veja mais
Indústria paulista inibe avanço, aponta IBGE

Após três meses seguidos de alta, a produção indústria de alimentos, bebidas e farm&aa...

Veja mais
Real forte traz de volta temor sobre o futuro da indústria

A nova onda de apreciação do real trouxe de volta o debate sobre o futuro da indústria brasileira d...

Veja mais
Multas podem render R$ 1 bilhão a fundo

Parte da multa de R$ 352 milhões sobre a AmBev pode ser utilizada para melhorar o Vale dos Dinossauros no interio...

Veja mais
Inflação de julho em São Paulo acelera para 0,33%

A inflação na cidade de São Paulo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), ...

Veja mais
Grandes empresas fazem pressão por crédito do IPI

Valor em disputa sobre ressarcimento de tributos chega a até R$ 3,2 bilhões   Direito concedido a ...

Veja mais