Fraga vê bolhas no mundo, mas defende política fiscal brasileira

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A "máquina de bolhas" da economia mundial continua funcionando enquanto os formuladores de política econômica lutam contra a recessão com políticas fiscais e monetárias fáceis, disse o presidente do conselho da BM&F Bovespa e ex-presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga.

 

Fraga comenta que as preocupações sobre a sustentabilidade da política fiscal em países desenvolvidos precisam ser administradas para evitar crises futuras.

 

Ele disse que os juros em recorde de baixa em muitos países desenvolvidos também estão ajudando a criar um excesso de liquidez para as economias emergentes que não foram tão afetadas pela crise. "De muitas formas ainda temos uma máquina de bolhas. Estamos tratando uma bolha com uma bolha", analisou na reunião do G-30.

 

Ele defendeu a estratégia do governo brasileiro de combater a recessão com gasto público, mas acrescentou que agora que a economia está se recuperando pode ser o momento de a política fiscal "tirar o pé do acelerador". Isso abriria espaço para o BC reduzir mais o juro, segundo ele, e "seria uma forma muito eficiente de conter a apreciação do real".

 

O real se valorizou em mais de 30% até agora, ameaçando exportadores, apesar de medidas do governo para conter fluxos "especulativos" externos.

 

Respostas

 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, respondeu, as críticas feitas nesta semana ao país pelo economista Paul Krugman, da Universidade de Princeton, no estado de Nova Jérsei . Segundo o ministro, Krugman pode ficar tranquilo porque o governo não permitirá que se criem bolhas e ele assim, ele continuará lucrando com investimentos no Brasil.

 

Paul Krugman citou exemplos de países que receberam, por um período, um fluxo muito alto de capitais e logo em seguida entraram em crise.

 

Mantega lembrou que a equipe econômica está atenta à valorização cambial e não descartou a possibilidade de novas medidas para garantir a estabilidade da moeda. "Nós estamos atentos a exageros. Acreditamos ser o suficiente mexer no IOF. Se necessário for, tomaremos mais medidas para garantir a estabilidade."

 

O ministro garantiu ainda o cumprimento da meta de superávit primário de 2,5% em 2009 e de 3,3% em 2010. Ele reafirmou que a economia brasileira vai crescer 5% em 2010. Mantega voltou a citar a expansão do mercado interno como um dos fatores que contribuiu para a recuperação.

 


Veículo: DCI


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