Nível de confiança do varejo paulista recua 2%

Leia em 2min 50s

O nível de confiança dos empresários e executivos do setor varejista paulistano caiu 2% em novembro pela série com ajuste sazonal depois de ter crescido 5,1% em outubro, mas aumentou 2,6% na comparação com novembro do ano passado. É o que mostra o Índice de Expectativas nos Negócios da Fundação Escola Comércio Álvares Penteado (Fecap).

 

O índice, que obedece a uma escala de zero a 200 pontos, entrou em novembro com 117,43 pontos e encerrou-o em 115,06 pontos. Variações abaixo de 100 pontos denotam pessimismo dos pesquisados, e, acima desta marca, otimismo.

 

A queda, segundo o professor de Economia da Fecap e coordenador do índice, André Chagas, foi puxada, principalmente, pelas expectativas futuras. Mas o indicador das condições atuais do negócio também apresentou queda. "Antes de significar uma mudança no ciclo, tal resultado parece mais um ajuste fino de curto prazo. Esse resultado reforça a percepção de que os efeitos da crise financeira não são mais motivo de desconfiança para os empresários do comércio", observa André Chagas.

 

De acordo com ele, a manutenção das boas condições dos mercados de trabalho e de crédito, bem como a prorrogação dos incentivos fiscais dados a determinados produtos de consumo contribuem para sustentar a maior confiança dos empresários neste ano, perante o ano passado.

 

O Índice-Momento Atual, que capta a situação atual dos negócios, apresentou queda de 1,8% em novembro deste ano na comparação com outubro, puxado por quedas em todos os seus componentes, com destaque para a queda de 3,2% no Índice Momento Encomendas. Em relação ao mesmo mês do ano passado, depois de 15 meses consecutivos, o Índice-Momento Atual passou a apresentar alta, de 2,1%.

 

As expectativas para o próximo trimestre (captadas pelo Índice-Futuro) apresentaram queda de 2,3%, puxadas pela queda de 4,6% do Índice-Futuro Encomendas e pela de 0,1% do Índice-Futuro Vendas. Quanto ao porte das empresas, acrescenta Chagas, houve queda em lojas de todos os portes, com exceção das microempresas (alta de 9,6%). E houve queda de 3,2% na expectativa dos pequenos empresários. Regionalmente, nas empresas da capital houve alta de 2,6 pontos percentuais, enquanto no interior a queda foi de 2,05 pontos.

 

Perspectiva

 

Apesar do cenário um pouco menos otimista, há quem ainda mantenha boas projeções de vendas por conta da melhor época do varejo: o fim de ano. O superintendente do Shopping Butantã, Julio Cesar Alloe, esperava receber, neste último fim de semana, um público até 15% maior que o de um fim de semana normal, quando o shopping recebe 80 mil pessoas aproximadamente. Segundo o executivo, a projeção tem relação com o pagamento da primeira parcela do 13º salário e com o início do mês de dezembro, época em que as pessoas se preparam para o Natal.

 

Para ele, as vendas também devem ser maiores e a expectativa é de que haja um aumento de 11%, se comparadas ao fim de semana correspondente de 2008. Entre os presentes que deverão impulsionar as vendas, estão os itens de vestuário e complementos, celulares e eletroeletrônicos. A partir do dia 12 de dezembro, o Shopping Butantã terá horários estendidos para facilitar as compras dos consumidores.

 


Veículo: DCI


Veja também

Metas de política industrial não serão cumpridas

As medidas tomadas pelo governo a partir de meados do ano para aumentar a oferta e reduzir o custo do crédito par...

Veja mais
Plano prevê ampliar volume de crédito para comércio em 20%

O setor de comércio tem conseguido maior visibilidade junto ao governo federal e deve ser beneficiado com maior v...

Veja mais
Empresas esquecem a eleição e investem

O "risco eleição", que costuma trazer incerteza à economia, foi colocado de lado no planejamento pa...

Veja mais
Crédito ao consumidor abrirá 2010 aquecido

O indicador da Serasa Experian sobre perspectiva do crédito para os consumidores registrou queda de 1,3% em outub...

Veja mais
Indústria demora mais para atender pedidos

Conjuntura: Pequenas lojas de construção ficam sem produtos e reposição demora até 40...

Veja mais
Brasil isenta produtos de 30 países

Medida será aplicada até 2010 e envolve os países mais pobres do mundo, mas é vista como a&c...

Veja mais
Inflação deve se acelerar em 2010, mas sem passar da meta

Nesta última semana de novembro, enquanto as projeções para inflação em 2009 tiveram ...

Veja mais
Transporte e alimentos pressionam prévia do IPCA

Conjuntura: Aceleração não contagia inflação do ano, dizem analistas   &nb...

Veja mais
Superávit primário cai em outubro para 1% do PIB e fica mais distante da meta

O superávit primário do setor público voltou a cair entre setembro e outubro, de 1,17% para 1% do P...

Veja mais