Empresas esquecem a eleição e investem

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O "risco eleição", que costuma trazer incerteza à economia, foi colocado de lado no planejamento para 2010 das principais empresas que atuam no Brasil. Apesar da eleição presidencial do ano que vem, as companhias estão apostando em um clima favorável aos negócios, com crescimento das vendas e planos de expansão. Assim, as empresas mais admiradas que receberam o Prêmio DCI de 2009 na segunda-feira à noite, em São Paulo, trabalham com um cenário otimista, que deve se estender pelos próximos anos.

 

"Há entusiasmo entre as empresas", afirma Pedro Antônio Arraes Pereira, presidente da Embrapa, uma das ganhadoras do prêmio. "Estamos trabalhando cada vez mais de perto com o setor privado e sentimos que a confiança se espalhou. E nossos planos de investimento estão definidos, seja qual for o resultado das eleições." A Embrapa é uma empresa pública, ligada ao Ministério da Agricultura.

 

O Pinheiro Neto Advogados, que também recebeu o prêmio, diz que o otimismo já tomou conta das empresas. Segundo Antônio Mendes, sócio do escritório, "temos uma perspectiva favorável para nossos negócios e para as empresas com que trabalhamos. O otimismo não é só para com o ano que vem: ele se estende por um período mais longo, com a realização, no Brasil, da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016".

 

Para a Vale, o entusiasmo tomou conta das empresas antes do previsto. "O mercado voltou mais rápido do que o previsto, e isso nos favoreceu", garante Fernando Thompson, diretor da companhia, que também foi uma das mais admiradas DCI. Ele prevê investimentos de R$ 13 bilhões pela Vale em 2010.

 

Na mesma linha, a General Motors do Brasil estima crescimento de 3% a 5% a mais em 2010 na comparação com este ano, que já foi aquecido. " As vendas continuam aquecidas", diz Pedro Luiz Dias, diretor da montadora, que também ganhou o prêmio.

 

A Siemens mantém suas previsões de crescimento, com base principalmente nas necessidades de investimento em infraestrutura. A companhia, premiada pelo DCI, acredita que o segmento tem grandes desafios, e não só para 2010. "Esse cenário é positivo para nós", diz Pedro Heer, diretor da Siemens.

 

Na avaliação da Embraer, o próximo ano será positivo principalmente no terceiro trimestre, com prolongamento do aquecimento das vendas em 2011. "Os investimentos estratégicos foram mantidos", afirma Carlos Camargo, diretor da companhia eleita a mais admirada do setor de aviação.

 

O setor têxtil enfrenta a concorrência dos importados e dificuldades para exportar por causa do câmbio, mas a Vicunha Têxtil, outra premiada, não desanima. "O mercado interno está aquecido", diz o diretor superintendente da empresa, Marcel Imaizumi.

 

O panorama anima também a Natura, a empresa mais admirada do setor de cosméticos (um dos que mais crescem no País). De acordo com Andréa Eboli, diretora da companhia, o clima é favorável aos negócios: "O cenário é positivo e a Natura segue com seu otimismo".

 


Veículo: DCI


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