O setor de suínos encerra o ano de 2013 melhor do que começou. Depois de um primeiro semestre difícil, marcado por alta nos custos e queda na produtividade, no segundo houve recuperação nos preços de venda e redução no nível dos estoques.
O atual momento do setor contribui para perspectivas positivas em 2014. Rui Vargas, presidente da Abipecs (associação dos exportadores de suínos), estima um aumento de 15,7% nas exportações, para 590 mil toneladas, ante o volume de 510 mil toneladas esperado para 2013.Além do câmbio mais favorável e da aguardada recuperação dos preços externos, a abertura de novos mercados para a carne suína brasileira anima os exportadores.
Principal importador de suínos do mundo, o Japão deve começar a demandar mais carne de Santa Catarina (único Estado habilitado a exportar para o país), que brigará por um espaço no segmento de carne congelada japonês.O objetivo é atingir uma participação de 10% nesse mercado de 400 mil toneladas anuais, em dez anos.
"Se exportarmos 10 mil toneladas para o Japão no próximo ano, já vai ser o máximo para nós", diz Vargas.O aumento do volume exportado, no entanto, não virá acompanhado de crescimento no número de alojamentos, que ficará estável no Brasil em relação a este ano.Para não perder espaço no mercado doméstico, o setor aposta no aumento de produtividade, de acordo com Jurandi Soares Machado, diretor da Abipecs.
No ano passado, o forte calor reduziu o índice de natalidade dos suínos no intenso verão. No inverno, houve aumento da mortalidade.A estimativa da entidade é de um aumento de 1% na produção, para 3,48 milhões de toneladas --volume insuficiente para atender, com folga, o consumo interno de 15 quilos per capita ao ano.
Mas não há esforços para aumentar a oferta. Com o mercado ajustado, os preços se mantêm firmes, favorecendo a recuperação da rentabilidade dos produtores.Essa situação deve continuar em 2014, já que os investimentos em capacidade adicional estão baixos.As boas perspectivas para a safra de grãos também devem favorecer a renda do setor, pois podem resultar em menores custos de produção.
Veículo: Folha de S. Paulo