A empresa de alimentos BRF, vai reduzir seu portfólio de unidades de produtos (SKUs), entre 20% e 30% a partir de janeiro de 2014 para ganhar receita e simplificar o mix de itens vendidos pela companhia. Hoje, a BRF possui aproximadamente 4 mil SKUs no mundo inteiro.
"Não reduziremos nada significativo em termos de resultado de vendas, mas eliminaremos o significativo desempenho negativo que está no nosso portfólio e acabaremos tendo ganhos de receita. Com essa racionalização, a BRF vai acabar abrindo espaço para novos itens e a equipe de venda vai focar nos produtos vencedores", explicou o diretor presidente Brasil da companhia, Sérgio Fonseca, sem citar valores de ganhos ou economias com esse processo.
"Estamos sendo muito pragmáticos, fazendo o óbvio, num senso de urgência", destacou o executivo, ressaltando que esse processo já estava nos planos da companhia, mas que não havia essa determinação para executá-la. "Também vai melhorar nosso serviço atual com os clientes. Não vamos perder volume, vamos turbinar o que vendemos", disse.
A diretora vice-presidente de Marketing e Inovação da BRF, Sylvia Leão, informou que esse processo de racionalização de portfólio será contínuo na empresa, já que facilita a entrada de novos itens mais "vencedores" para os clientes. "Alguns SKUs vão ser desabilitados em algumas regiões, outros sairão definitivamente do portfólio", declarou.
Ela ainda informou que em 2014, a BRF prevê lançar 150 SKUs no Brasil, cerca de um terço do que era normalmente lançado, em média, pela empresa. "Os itens novos abordarão as questões de saudabilidade, praticidade e conveniência. Vamos trabalhar muito com inovação e queremos, pelo menos, incrementar em dois dígitos percentuais o faturamento de 2014", ressaltou.
Exportações - Segundo o diretor vice-presidente de Finanças, Administração e Relações com Investidores da BRF, Leopoldo Viriato Saboya, a empresa não espera crescimento de volume de exportações em 2014, embora avalie que a tendência é de alta de volume. "Elas vão crescer mais em valor e em rentabilidade do que em volume e os volumes podem até cair", disse o executivo.
"Temos uma racionalização de volumes e uma equação mais otimizada da utilização de toda a nossa estrutura", afirmou Saboya. Ele completou ainda que nessa possível queda em volume está incluído o dado de redução de embarques de 200 mil toneladas por ano, informada pelo diretor presidente Global da companhia, Claudio Galeazzi, na ocasião dos resultados do terceiro trimestre.
O executivo comentou sobre o desempenho esperado da economia brasileira em 2014. Segundo ele, a companhia acompanha o consenso de economistas de que o próximo ano será de "recuperação modesta". "Não estamos com uma visão de um crescimento vigoroso da economia". Saboya afirmou que a Copa do Mundo pode ajudar a impulsionar as vendas, mas que "há uma perspectiva mais favorável, embora não explosiva nem magnífica".
Veículo: Diário do Comércio - MG