De olho na Itália, SC rastreia gado

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O Estado de Santa Catarina anunciou a conclusão da identificação do rebanho de bovinos e bubalinos por meio de brincos, passo preliminar para que o Estado possa iniciar a exportação de terneiros vivos (gado de seis meses) para engorda na Itália, que vem sendo negociada desde fevereiro do ano passado. A "brincagem" consumiu R$ 16 milhões, divididos entre Ministério da Agricultura, Cidasc e iniciativa privada - por meio do Instituto Catarinense de Sanidade Animal (Icasa) - e foi realizada em 4,06 milhões de animais. 

 

Com a identificação concluída, o Estado agora aguarda uma missão da União Européia, prevista para janeiro, para que todo o sistema, que envolve também um software de informações compatível com o Sisbov (sistema federal de rastreamento), seja aprovado. 

 

Renzo Fossaro, italiano representante da União de Importadores e Exportadores de Carnes e Derivados (Uniceb), esteve ontem em Florianópolis e passará os próximos dias em Lages, principal local de produção. Ele diz que vê boas chances de o sistema de identificação catarinense ser aprovado pela missão da UE. Fossaro acredita que os europeus querem aprová-lo para ampliar a concorrência em seu mercado, hoje dependente da França. 

 

Fossaro afirmou que a importação de Santa Catarina, que em 2007 era prevista para entre 100 mil e 200 mil animais por ano, foi revista para 50 mil animais em um primeiro ano porque se concluiu que o Estado não teria capacidade para chegar aos 100 mil. Se considerado o quadro de hoje, o Estado teria apenas 10 mil animais das raças limousin e charolês, como exigem os italianos, ainda que em pouco tempo de abertura dessa comercialização se espere que novos produtores acabem se interessando pela criação de terneiros. 

 

Para o presidente da Cidasc, Edson Veran, a importância do negócio não é a quantidade, mas "a porta que se abre na Europa para a entrada de todos os tipos de animais vivos, como também suínos e aves". 

 

A crise econômica mundial, segundo Fossato, afetou "um pouco" o projeto porque aumentou o preço do gado no Brasil desde que iniciaram as conversas, mas isso não deve levá-los a desistir. "Somando custo e condicionamento do animal, em 2007 se estimava 2,30 euros o quilo. Agora, a estimava é de 3,50 euros ". 

 

O projeto dos italianos envolve uma complexa estrutura, que ainda deverá ser montada em Santa Catarina. Eles pretendem contar com equipe de comercialização, usar uma área para a quarentena dos animais e também devem investir em uma empresa de transporte. 

 

Veículo: Valor Econômico


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