Consumo das famílias mantém ritmo e cresce 4,97% na comparação anual, aponta ABRAS

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Cesta de Natal fica 2,4% mais barata na média nacional

O Consumo nos Lares cresceu 4,97% na comparação entre novembro de 2025 e novembro de 2024, segundo o monitoramento mensal da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS). Em relação a outubro, o indicador avançou 3,98%. Com esses resultados, o consumo acumula alta de 2,85% de janeiro a novembro, patamar acima da projeção do setor, de 2,70% para o ano.

Os dados são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e contemplam o desempenho de todos os formatos de supermercados.

Para o vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan, a mudança mais relevante observada em novembro foi a recomposição do padrão de consumo, resultado da sequência de quedas nos preços dos alimentos ao longo dos últimos seis meses, em um contexto de mercado de trabalho aquecido e renda em alta. “Com maior previsibilidade no orçamento, o consumidor ajustou a composição da cesta de abastecimento do lar, sinalizando uma decisão menos defensiva, em que deixa de priorizar exclusivamente o menor preço e passa a buscar melhor relação custo-benefício, com redução da sensibilidade ao preço no curto prazo”.

No mês, a participação dos produtos básicos (commodities) posicionados na faixa de preço intermediário avançou 6,5 pontos percentuais, de 44,3% para 50,8%, o que representa um crescimento relativo de 14,7%. Na mercearia, o avanço se concentrou nos produtos de maior preço. O segmento cresceu 2,5 pontos percentuais, de 15,2% para 17,7%, o que corresponde a um aumento relativo de 16,4%. Em contrapartida, os itens de menor preço recuaram 1,6 ponto percentual, passando de 63,4% para 61,8%, uma queda relativa de 2,5%.

Na cesta limpeza, o movimento foi de polarização. A participação dos produtos de maior preço avançou 3,8 pontos percentuais, de 35,3% para 39,1%, o que representa variação relativa de 10,8%. Os itens de menor preço também ganharam espaço, com alta de 5,9 pontos percentuais, de 26,0% para 31,9% — aumento relativo de 22,7%. Já o segmento intermediário perdeu participação de forma mais intensa, recuando 9,7 pontos percentuais, de 38,7% para 29,0%, uma queda relativa de 25,1%.

Em higiene e beleza, o deslocamento do consumo foi mais intenso. Os produtos de maior preço ampliaram a participação de 3,3 pontos percentuais, de 14,3% para 17,6%, alta relativa de 23,1%, enquanto os itens de menor preço recuaram 5,1 pontos percentuais, de 61,6% para 56,5%, uma queda relativa de 8,3%.

Esse cenário se insere em um contexto macroeconômico ainda favorável ao consumo das famílias. A taxa de desemprego do Brasil ficou em 5,4% no trimestre encerrado em outubro, o menor nível da série histórica iniciada em 2012. O rendimento real habitual de todos os trabalhos alcançou R$ 3.528, recorde da série, mantendo-se estatisticamente estável no trimestre e crescendo 3,9% no ano. Já a massa de rendimento real habitual somou R$ 357,3 bilhões, também em nível recorde, com estabilidade no trimestre e alta de 5,0% no ano, o equivalente a R$ 16,9 bilhões adicionais.

Além do mercado de trabalho aquecido, o mês foi marcado por estímulos relevantes de renda e liquidez, que contribuíram para sustentar o nível de consumo. As transferências do programa Bolsa Família destinaram R$ 12,69 bilhões a 18,65 milhões de famílias. Já entre aposentados e pensionistas, a liberação de Requisições de Pequeno Valor (RPVs) do INSS somou R$ 2,8 bilhões, enquanto o lote residual do Imposto de Renda transferiu R$ 494 milhões para cerca de 214,3 mil contribuintes. Houve ainda o pagamento extra do abono salarial PIS/Pasep, no montante de R$ 156,5 milhões. No mercado de trabalho formal, a entrada da primeira parcela do 13º salário ampliou a liquidez. As duas parcelas devem injetar cerca de R$ 369,4 bilhões na economia, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Cesta de Natal fica 2,4% mais barata na média nacional

A cesta típica de Natal, composta por dez itens — aves natalinas, azeite, caixa de bombom, espumante, lombo, panetone, pernil, peru, sidra e tender — registrou queda de 2,4% nos preços na última semana, refletindo a intensificação das promoções no período que antecede as festas. Com isso, o valor médio da cesta passou de R$ 351,80 para R$ 343,39, o que representa uma economia de R$ 8,41 para o consumidor.

A maior redução foi observada na região Nordeste (-4,0%), seguida pelo Sul (-2,9%), Sudeste (-2,6%), Centro-Oeste (-1,2%) e Norte (-1,2%). As quedas de preços concentraram-se em itens tradicionais da data, como panetone, azeite, aves natalinas e espumantes, categorias com demanda sazonal mais concentrada e maior sensibilidade às estratégias promocionais e aos ajustes de estoque do período.

A pesquisa abrange produtos de marcas próprias dos supermercados, marcas regionais e marcas tradicionais e foi realizada entre os dias 12 e 16 de dezembro.

Fonte: Redação SuperHiper


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