Clima seco onera os custos

Leia em 2min 30s

Mesmo com a manutenção do clima seco em Minas Gerais, muitos pecuaristas estão preparados para passar por esse período que é considerado rotineiro no campo. A avaliação é do superintendente de Marketing da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), João Gilberto Bento, que apontou a intensidade do clima seco e quente como um dos fatores que está onerando ainda mais os custos com alimentação dos animais.

 

Segundo Bento, o setor leiteiro é um dos que mais prejudicados com esse cenário, pois além dos custos com concentrado (parte proteica da ração) os produtores estão enfrentando forte concorrência com a oferta do leite vindo da região Sul do país, que ajuda na queda de preços para o consumidor. Nos supermercados, o litro de leite pode ser encontrado ao preço de R$ 1,20 a R$ 1,30, enquanto o valor estimado para o período era de R$ 1,80.

 

Alta dos insumos - Para o superintendente, o custo da matéria-prima utilizada para a produção do concentrado aumentou principalmente em função da alta do farelo de soja, que chegou a R$ 42 a saca de 60 quilos. Com o aumento nos valores dos grãos, os preços dos insumos se mantivessem em alta. "Os pastos estão muito secos, embora não se trate de uma raridade no período. Estamos torcendo para que frentes frias cheguem ao Estado visando minimizar essa situação", salientou.

 

Nas regiões Norte e Noroeste de Minas, o quadro está crítico, inclusive com pecuaristas registrando perdas de animais em função da falta de água nas propriedades, explicou Bento. "Esperávamos que o mercado conseguisse manter o cenário de alta que começou a apresentar em maio deste ano em função da baixa oferta de animais para abate", afirmou.

 

Essa oferta reduzida vem de um ciclo no qual os produtores estavam encontrando preços baixos na venda de animais e começaram a abater as fêmeas para conseguir honrar seus compromissos. Com isso, a oferta de bezerro foi reduzida, fazendo com que houvesse escassez de animais para engorda. Esse cenário, acompanhado pela recuperação no consumo de carne, fez com que os preços registrassem altas superiores aos últimos cinco anos, com a arroba registrando preço médio de R$ 55.

 

De acordo com Bento, o auge da pecuária ocorreu em junho do ano passado, quando a arroba do boi registrou valores entre R$ 80 e R$ 85 e o leite chegou a R$ 0,90 por litro para o produtor. Atualmente, os preços apresentam uma certa queda, com a arroba mantendo preço médio de R$ 80 e o litro de leite a R$ 0,70. "Acredito que o preço deverá se manter e, gradualmente, apresentar alguma oscilação para cima. Nos próximos dois anos, a arroba deverá sofrer variação entre R$ 75 e R$ 80", projetou Bento. (RM)

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Supermercados têm armadilhas

Você é do tipo de consumidor que sempre sai do supermercado com mais produtos no carrinho do que planejava ...

Veja mais
Holanda prioriza longevidade e sólidos no leite

A raça Holandesa, no país de origem, se ajusta para ter vacas cada vez mais longevas, de tamanho mé...

Veja mais
Varejo lança cartão de crédito próprio

O pequeno e médio varejista fluminense poderá oferecer aos clientes cartão de crédito pr&oac...

Veja mais
DHL prevê aumentar em 20% o faturamento no Brasil

A DHL Express, empresa de transporte expresso e logística, espera elevar o faturamento no Brasil em 20% esse ano,...

Veja mais
Fazendas de morango

Uma fiscalização coordenada pelo Grupo Móvel do Ministério do Trabalho (MPT), em parceria co...

Veja mais
Trem-bala pode ter um "parador" em paralelo

O projeto do traçado da linha do trem de alta velocidade (TAV), que foi batizado popularmente de trem-bala, pode ...

Veja mais
Com alta abaixo da previsão, papelão ondulado reduz meta

As vendas do setor de papelão ondulado, considerado a embalagem das embalagens, e, por isso, um dos termôme...

Veja mais
GE vende sua única fábrica de lâmpadas

A única fábrica de lâmpadas incandescentes da General Electric (GE) no Brasil, localizada no Rio, de...

Veja mais
Atraso da colheita pode prejudicar a safra de café

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), por conta do atraso da colheita da safr...

Veja mais