Mão-de-obra e adubo encarecem a agricultura

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O cultivo de hortaliças demanda muita mão-de-obra manual para as operações de preparo de solo. "Diferentemente daqueles que cultivam cereais, os agricultores dessas culturas necessitam pagar pelo trabalho de mais pessoas", explica o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Nozomu Malkishima.

 

Além disso, ele conta que o que vem sendo o grande vilão dos produtores é o adubo. O preço do fertilizante tem apresentado alta por causa do aumento das plantações de cana-de-açúcar, soja e milho. Essas culturas consomem muito adubo, que ficam com preços inflacionados.

 

DIFERENCIAL - Com propriedade na região de Mogi das Cruzes desde 1962, o agricultor Luís Iano, junto aos pais, cultiva espécies diferenciadas a fim de ter um espaço maior no mercado. Alface vermelha, rúcula italiana, repolho japonês são algumas das culturas. "O custo é maior, afinal as sementes são importadas. No restante, adubo, fertilizantes, os custos são iguais", explica. Apesar de não citar números, o agricultor revela que abastece restaurantes de São Caetano com suas hortaliças exóticas. "Posso dizer que a couve-flor colorida tem um custo de produção 30% a mais do que a comum."

 

Gastos se acumulam até o consumidor

Consumidores do Grande ABC são a prova de que todo o prejuízo e gastos de produção e transporte acabam se acumulando durante toda a trajetória do grupo de hortaliças e se fixando no preço pago no mercado varejista final.

 

A faixa de preço que se pode gastar na tradicional feira da semana pode chegar a R$ 50, segundo moradores da região. A comerciante Neide Takeda, 46 anos, enche o carrinho de verduras e legumes. "Costumo comprar os produtos na quarta-feira, quando são mais frescos. No final, gasto aproximadamente R$ 50."

 

Acostumada a consumir mais legumes, a outra comerciante, Ivone Alves, 42 anos, gasta um pouco menos, cerca de R$ 30 a cada vez que vai às compras. "Gosto de comprar os produtos sempre num mesmo lugar, porque já conheço a variação de preços e a qualidade dos alimentos", observa.

 

O funcionário público, Wilson Tavares, 38 anos, pesquisa os preços na hora de fazer a feira e gasta em média R$ 40, mas também leva em conta a qualidade das hortaliças. "Não adianta pagar tão barato e os alimentos não serem frescos", avalia.

 

Veículo: Diário do Grande ABC
 


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