Pão de Açúcar voltará a crescer em 2009

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Rede investirá R$ 1 bi para abrir 100 lojas no ano que vem

 

Depois de pisar no freio para arrumar a casa neste ano, o Grupo Pão de Açúcar, a segunda maior rede de supermercados do País em faturamento, com vendas de R$ 17 bilhões em 2007, e o presidente do conselho de administração do Grupo, Abilio Diniz, têm planos arrojados para 2009. A companhia vai investir mais de R$ 1 bilhão em 100 novas lojas e está estruturando um novo negócio, uma divisão imobiliária para tornar rentável seus ativos que somam R$ 2 bilhões. Não está descartada a exploração de torres de edifícios comerciais, residenciais e até shopping centers. Conhecido pelo perfil austero, Diniz, por sua vez, pretende ter um programa de TV voltado para qualidade de vida.

 

Na semana em que o grupo completa 60 anos, ele não esconde o entusiasmo com a nova fase da companhia e também a dele, como empresário. A reestruturação da empresa, que ganhou impulso no fim de 2007 com a chegada de Cláudio Galeazzi para ocupar a presidência-executiva, já deu frutos. "Nosso Ebitda (geração de caixa) vai crescer neste ano muito, mas muito, muito mais do que nos anos anteriores", afirma Diniz. No segundo trimestre, o Ebitda aumentou 33% e atingiu R$ 303,7 milhões, com margem de 7,2%. O lucro líquido totalizou R$ 60,4 milhões no período, um crescimento de 118,9% na comparação com o segundo trimestre de 2007.

 

Diniz admite que o plano para 2009 será bastante ambicioso. Ele pondera que 2008 tem sido um ano muito importante, apesar de a companhia ter abortado parte do plano de investimentos, que previa inicialmente um aporte de R$ 700 milhões. "Investimos em 2008 menos que nos anteriores e do planejado para 2009."

 

Segundo Galeazzi, 2008 foi um período de adequação. "Sacrificamos o presente para crescer mais em 2009, com abertura de lojas com o foco mais definido e o fortalecimento das áreas de tecnologia da informação (TI) e logística."

 

Além de reforçar as áreas que são, segundo Galeazzi, a espinha dorsal do varejo, a companhia hoje está mais descentralizada do que no fim do ano passado. Atualmente, o grupo se divide em quatro centros administrativos regionais: São Paulo, Centro-Oeste, Rio de Janeiro e Nordeste. "No passado, existiam as regionais, mas não era dada autonomia para elas", afirma o executivo. Essa mudança de perfil significa, por exemplo, descentralização na hora de fazer as compras de produtos mais adequados ao consumidor de cada região. "Trabalhamos com clusters."

 

Apesar da redução no ritmo de crescimento para se reestruturar, a empresa não declara preocupação com o avanço dos rivais, que estão investindo maciçamente na busca de mercado. Galeazzi diz que tem uma boa idéia dos resultados das outras redes e que arriscaria dizer que os prejuízos acumulados devem ser bastante significativos. Segundo ele, o foco da companhia hoje é produzir resultados, não apenas crescer.
 
 
 
Veículo: O Estado de S.Paulo


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