Rodízio de caminhões: dois meses depois, trânsito melhora. Mas nem tanto

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Dois meses após a adoção de medidas restritivas à circulação de veículos de carga e descarga, os números apontam um bom desempenho do trânsito durante o pico da manhã, entre 7h e 10h. Nesse período do dia, a redução média nos congestionamentos foi de 47% na comparação com os meses de julho e agosto de 2007. No pico da noite, porém, entre 17h e 20h, a queda foi de 13%, número considerado tímido por técnicos do setor de transporte.

 

A principal queda foi registrada no dia 23 de junho, primeira segunda-feira de vigência das novas medidas: 29 km de lentidão às 8h30, uma redução de 47% na comparação com o mesmo período do ano anterior, cujo índice foi de 54 km. No pico da noite, a marca mais expressiva: uma redução de 12% às 20h.

 

Volta às aulas – Em agosto, os números da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) revelaram uma queda de 15% no pico diurno e de 9% à noite. A diferença entre julho e agosto, principalmente durante o pico da manhã, deveu-se à volta às aulas, com o retorno de 800 mil veículos ás ruas da Capital.

 

A melhor marca de agosto foi registrada às 10h da primeira segunda-feira do mês, com 54 km de lentidão, uma redução de 28% em relação à primeira segunda-feira de agosto de 2007, que apontou 75 km.

 

Para o secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes, esses números comprovam a eficácia das medidas e abrem caminho para novas ações, como as mudanças nas regras de estacionamento da cidade, que já saíram do papel na região dos Jardins e da Consolação. Moraes discorda dos críticos que avaliam como tímidos os resultados obtidos pelo rodízio de caminhões. "Os resultados foram positivos. A melhora é visível tanto no pico da manhã como no da noite. Não há porque criticar as medidas tomadas", disse Moraes.

 

Tecnologia – Especialistas do setor de transportes avaliam que os resultados obtidos foram positivos, mas insuficientes para o grave problema enfrentando pelo paulistano nas ruas e avenidas que cortam a cidade. Além das medidas restritivas à circulação, a avaliação indica que, no curto prazo, a Prefeitura de São Paulo precisa investir em tecnologia viária, principalmente na substituição dos semáforos eletromecânicos por eletroeletrônicos (os semáforos inteligentes), alterando seus tempos em favor dos ônibus.

 

Medidas eleitorais – Para o engenheiro de tráfego Sergio Ejzenberg, a atual administração direcionou seus esforços apenas para em ações de curto prazo, principalmente pela proximidade do período eleitoral. Seguindo esse projeto, ele avalia que atual administração precisa agilizar a substituição dos semáforos e ampliar a revisão da política de estacionamentos em ruas com grande circulação de veículos, principalmente no Centro Expandido. Ejzenberg diz que a troca dos semáforos, principalmente nos cruzamentos com os corredores de ônibus, permitirá um aumento da fluidez e uma redução no tempo das viagens.

 

Veículo: Diário do Comércio - SP


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