Feijão e arroz: sucesso de público, valor em alta

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Embora alguns índices de inflação estejam apresentando queda nos preços de produtos agrícolas, como feijão e arroz, a alegria do consumidor pode ser temporária. Segundo especialistas ouvidos pela reportagem do Diário do Comércio , os valores de venda do feijão carioca e do arroz devem continuar subindo até o próximo mês de novembro, quando chegam as produções da primeira safra.


O analista da Safras & Mercados, Raphael Poerschk, aposta no valor de venda ao produtor de R$ 130 para a saca de 60 kg de feijão em janeiro de 2009. O grão foi vendido a R$ 132 em abril último. Foi o preço mais baixo negociado pelos produtores no primeiro semestre. Em janeiro passado, a saca da primeira safra, que chegou atrasada, foi negociada a R$ 297.

 

Mas as altas do preço da leguminosa até novembro não devem ser superiores a 10% como ocorreu no primeiro semestre. Segundo o analista, os aumentos do produto no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) devem oscilar entre 2% e 4%. Entre janeiro e fevereiro, os valores cresceram cerca de 18% e, em junho, na entressafra, 15,55%. Já em julho, houve redução no aumento para 6,59%.

 

Segundo o analista, a produção de feijão a ser colhida a partir de novembro deve ser um pouco superior à de igual período do ano passado: 1,492 milhão de toneladas ante 1,34 milhão. "Diferentemente do que se previa, não houve redução de consumo de feijão. É um produto básico, assim como o arroz e o pão", disse Poerschk.

 

O arroz também deve chegar ao prato do brasileiro mais caro até o fim do ano. Atualmente, o saco de 50 kg é vendido pelos produtores a R$ 32, mas pode chegar a R$ 40. Segundo o analista da Safras & Mercados, Élcio Bento, a alta vai depender do mercado internacional. "Mas se o preço recuar lá fora, pode ser que o aumento internamente não seja tão forte", diz Bento. Caso as exportações recuem, os preços não devem subir no mercado nacional.

 

Em março último, o saco de arroz era vendido a R$ 22. Em maio, os valores negociados passaram para R$ 34 e ontem o saco era vendido a R$ 32.

 

Carne – Já o preço da carne bovina no atacado, que subiu mais que a inflação, terá de subir nos próximos meses para não haver aumento demasiado em 2009 na opinião do consultor Maurício Nogueira, da Scot Consultoria. "Se não subir o preço para o varejo, a situação vai ficar apertada, pois os custos da setor produtivo estão elevados", disse.

 

Os aumentos no varejo paulista confirmam a tese. Segundo levantamento da Scot, de janeiro a julho o preço do contrafilé subiu cerca de 15%, de R$ 14,26 para R$ 16,50. No atacado, o quilo do traseiro subiu 6%, com salto de R$ 5,64 para R$ 5,98.

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado de janeiro a julho é de 4,19%. Já o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) acumula até julho alta de 7%. "A indústria não consegue repor os custos, e o varejo os está repassando para os consumidores que já aceitaram a alta", afirmou o consultor.

 

Veículo: Diário do Comércio - SP


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