Pirelli e a Comolatti unem redes de revendas

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A Pirelli fechou acordo com o grupo Comolatti para fundir os negócios das duas empresas na área de distribuição de pneus, criando assim uma companhia com faturamento estimado em mais de R$ 1,3 bilhão a partir do ano que vem. A operação integra as 29 lojas da Abouchar, revendedora de pneus da Comolatti, à rede de lojas próprias da Pirelli, que, com o negócio, sai de 104 para 133 pontos de venda.

O grupo Comolatti, por meio da Distribuidora Automotiva - seu braço no setor de componentes automotivos -, vai comprar participação de aproximadamente 36% na Pneuac, a empresa da Pirelli no varejo de pneus. A multinacional italiana, maior fabricante desse setor no Brasil, seguirá com uma participação majoritária - ao redor de 57% - na nova composição societária da Pneuac. A parcela remanescente, de 7%, fica com a família Faria da Silva, que, em abril do ano passado, vendeu o controle da rede Campneus, de Campinas, para a Pirelli. O valor da transação não foi divulgado pelas partes envolvidas.

A fabricante de pneus informou ontem que vai submeter o acordo ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A empresa prevê a conclusão do negócio no prazo de um mês, diz o presidente da Pirelli na América Latina, Paolo Dal Pino.

A transação se insere na estratégia do grupo de ampliar o controle direto sobre a rede comercial que vende seus produtos. Essa é uma das diretrizes colocadas pela multinacional em seu plano industrial. O mercado de reposição corresponde ao principal canal de vendas dessa indústria, com cerca de 44% dos pneus vendidos no Brasil. Outros 32% são de vendas a montadoras e 24% vêm de exportações.

"O diferencial do mercado a partir de agora não vai se dar apenas na capilaridade da rede, mas também na qualidade dos pontos de venda", diz Dal Pino, ao justificar a aproximação ao varejo.

Além das 29 lojas, a Abouchar acrescenta à rede própria da Pirelli nove centros de distribuição nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Espirito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A empresa já era uma revendedora exclusiva de produtos da Pirelli antes do acordo e terá sua marca mantida, assim como aconteceu com as bandeiras Campneus e Pneuac.

Além dos negócios na distribuição de pneumáticos e autopeças, o grupo Comolatti, do empresário Sergio Comolatti, tem concessionárias de caminhões das marcas Volkswagen e Iveco. Também é dono do restaurante Terraço Itália, no centro de São Paulo. "Será a primeira vez que teremos uma participação minoritária em uma empresa", afirma Sergio Comolatti. Ele acrescenta que, pelo menos numa primeira fase, as marcas dos dois grupos não serão unificadas. "Depois, poderemos avaliar isso".

No fim do ano passado, a Pirelli já tinha implementado uma nova estrutura organizacional para coordenar o desenvolvimento dos negócios de varejo no Brasil. No rearranjo, a figura do diretor-executivo (CEO, na sigla em inglês) deu lugar a dois novos cargos: um de diretor de operações, encarregado das atividades industriais, e outro de presidente da rede de revendas, dedicado apenas às atividades ligadas às lojas de pneus.

Dal Pino, presidente da Pirelli na região, diz que a empresa continua em busca de oportunidades de expansão no varejo, o que inclui novas aquisições, desde haja sinergias e possibilidade de desenvolvimento do negócio incorporado. "Queremos repetir com a Abouchar a experiência que tivemos com a Campneus, onde a integração permitiu ganhos de eficiência e produtividade", diz o executivo.



Veículo: Valor Econômico


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