Cesta básica sobe até 7,3% em julho, afirma Dieese

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Em 2 das 16 capitais pesquisadas houve redução de preço; em SP, alta foi de 2,8%

Pressão maior vem da carne e do feijão; economista diz que famílias de renda mais baixa tendem a substituir itens para reduzir despesa

 

TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

 

Apesar do ritmo menor de aumento, apenas duas capitais, das 16 pesquisadas, tiveram queda no preço da cesta básica em julho na comparação com o mês anterior: Goiânia (-3,55%) e Recife (-1,74%). Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), Curitiba liderou o acréscimo no preço (+7,35%). A capital paranaense também apresenta a maior expansão (30,48%) no acumulado de janeiro a julho.

 

Embora tenha apresentado aumento de 1,72% no mês passado, Fortaleza passa à frente na análise dos últimos 12 meses, com uma cesta 52,48% mais cara. Segundo o órgão, nenhum item teve aumento de preço em todas as capitais em julho, e a taxa de aumento, em geral, foi menor que a de junho.

 

Em Porto Alegre, 67,9% do salário mínimo líquido (descontada a contribuição previdenciária) foi usado para comprar a cesta básica de R$ 259,29, a mais cara do país, seguida de São Paulo (R$ 252,13). Em julho, os preços nessas capitais variaram 5,09% e 2,81%, respectivamente.

 

Apesar de os produtos analisados serem essenciais, o economista do Dieese Miguel Huertas Neto diz que "as famílias de baixa renda, que gastam mais com alimentação proporcionalmente ao rendimento, tentam substituir alguns itens" para diminuir as despesas. "A carne de primeira dá lugar à de segunda ou ao frango."

 

A carne bovina, que tem o maior peso da cesta básica -em torno de 30% em São Paulo-, teve aumento em 14 capitais, com elevação mais expressiva em Brasília (10,49%). Na comparação com julho de 2007, houve alta em todas as cidades, com destaque para Belo Horizonte (60,30%).

 

Outro "vilão" da inflação, o feijão, com peso de cerca de 10%, apresentou acréscimo em 11 capitais, principalmente em Salvador (17,23%). Em 12 meses, a elevação atinge o pico de 173,86% em Florianópolis.Na comparação com julho de 2007, o açúcar foi o único item com queda em todos os locais, com redução de até 37,44% (Aracaju), mas o peso na cesta fica em torno de apenas 2%.

 

O economista da LCA Fábio Romão vê uma tendência de que as famílias de baixa renda passem a se endividar mais para manter os gastos com outros itens. O analista lembra ainda que o aumento real do salário mínimo neste ano (4,1%) foi inferior ao do ano passado (5,3%), o que também contribuiu para diminuir o poder de compra dessa parte da população.

 

Veículo: Folha de S.Paulo

 

 

 


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