Paraná reduz alíquota de ICMS do leite

Leia em 2min

 

CURITIBA - O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), assinou decreto hoje alterando alíquotas do crédito presumido do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do leite, com o objetivo de tornar a indústria paranaense mais competitiva. "Com os artifícios fiscais reduzimos esse ICMS a zero", destacou Requião. Segundo ele, o objetivo é igualar o sistema tributário ao de São Paulo e incentivar os produtores e as indústrias do Paraná. "O que estão fazendo com essa guerra fiscal em São Paulo é um absurdo."

 

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Leite do Paraná, Wilson Thiesen, São Paulo praticamente zerou a alíquota do ICMS do leite, prejudicando os Estados vizinhos. "São Paulo criou um sistema cartorial para as empresas paulistas", disse. Segundo ele, além de zerar o ICMS do leite longa vida internamente, o governo paulista tributa em 18% o produto comprado de outros Estados. "Metade de nossa produção é vendida em outros Estados", disse Thiesen. O Paraná produziu, no ano passado, 2,8 bilhões de litros. O crescimento é de cerca de 6% por ano.

 

O decreto estabelece que as empresas paranaenses que compram leite in natura do Estado ganham um crédito presumido de 4% sobre o valor de entrada do produto na indústria. Nas operações de saídas da indústria, o crédito presumido de ICMS, que era de 5%, passou para 8,5%. Segundo a Secretaria da Fazenda, em razão disso, a indústria, que tem carga tributária de 12% nas operações internas, agora vai pagar 3,5% de impostos. Com o artifício do crédito presumido e da redução tarifária, dependendo do valor agregado do leite, a carga tributária tende a ser zero.

 

Ainda de acordo com a secretaria, nas operações externas, a carga tributária dos laticínios, de 12%, terá crédito presumido de 7%. Assim, a carga tributária cai para 5%. Com a redução de ICMS de outros serviços utilizados na indústria, como energia elétrica, óleo e embalagens, a tendência é que também seja zerado o imposto, dependendo do valor agregado. "Não estamos dando favores maiores, apenas igualando ao que São Paulo e Santa Catarina fizeram", disse o secretário da Fazenda, Heron Arzua. "O Paraná não inicia a guerra fiscal, mas também não fica atrás quando outros Estados tomam medidas de proteção à sua economia."

 

 

Veículo: O Estado de S.Paulo

 


Veja também

Modess. O primeiro ninguém esquece. Nem o último

  Mário Tonocchi   Em um mercado que movimentou R$ 1 bilhão nos últimos 12 meses, seg...

Veja mais
Panificação tem 12 mil postos na região

  Mauro Fernando   Em média, segundo a Aipan (Associação dos Industriais de Panifica&c...

Veja mais
Comissão aprova substância amarga em produtos de limpeza

  A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio aprovou nesta quarta-fe...

Veja mais
Benefício fiscal no setor têxtil de SP é prorrogado

  O benefício fiscal que incide sobre produtos têxteis e confeccionados no Estado de São Paulo...

Veja mais
Concorrência faz supermercados ampliarem atendimento

    Adriano Hany   Os novos investimentos no setor supermercadista de Campo Grande estão for...

Veja mais
Hortifrútis com tendência altista na Ceasa Minas

   Preço médio dos produtos no entreposto no 1º semestre deste ano foi 9,7% superior ante ...

Veja mais
Alimentos pressionam IPC-S, que vai a 0,50%

  A elevação nos preços dos alimentos fez com que o Índice de Preços ao Consumi...

Veja mais