Preferidas do público não são as marcas mais lembradas

Leia em 3min

Falhas na comunicação podem fazer empresa ficar famosa, mas não criar influência junto aos clientes

Ter a marca entre as mais lembradas do país é o sonho de executivos de muitas empresas. Fazer com que o nome fique na ponta da língua dos consumidores, porém, nem sempre é sinônimo de sucesso. “Ser muito lembrado não significa ser muito querido”, afirma Marcos Machado, sócio da Top Brands, consultoria especializada na gestão de marca. “Em alguns casos, a lembrança do consumidor está associada justamente àmá fama da empresa.”

A diferença apontada por Machado fica clara quando se analisa os resultados da nona edição da Pesquisa ABA/Top Brands 2012, antecipada pelo BRASIL ECONÔMICO. O levantamento, que será divulgado hoje na abertura do Fórum Internacional de Branding, promovido pela Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), mostra que em apenas uma das categorias pesquisadas (saúde, com Unimed) houve coincidência entre a marca mais lembrada e a mais querida dos consumidores. “Quando a marca geraumagrande lembrança, mas não cria identificaçãocomos clientes, isso normalmente é reflexo de falhas de comunicação ou de promessas não cumpridas”, diz Machado.

Enquanto a Tim (punida recentemente pela Anatel) é a mais lembrada em telefonia móvel, a Vivo é a mais querida. Normalmente, pesquisas sobre o impacto das marcas junto aos consumidores se atém apenas à lembrança do nome da empresa. Ao determinar a metodologia do estudo que realizam conjuntamente, aABAe a TopBrands acharamimportante incluir também a percepção que o consumidor tem sobre as empresas.

Presidida por João Batista Ciaco, a ABA tem investidohá algumtempo noincentivo para que as empresas brasileirasbusquema construção de marcas mais fortes. “Infelizmente, ainda se fala muito desse assunto, mas se faz pouco efetivamente”, afirma Rafael Sampaio, vice-presidente executivo da instituição. Segundo ele, apesar do atraso, muito já se evoluiu nesse assunto, com algumas empresas começando a notar que ser famosa não é sinônimo de fechar negócios melhores. “Pesquisas como essa que realizamos são importantes para demonstrar o peso que o investimento bem feito em marketing pode ter na construção de uma marca”, diz.

Hoje, ao investir em seus nomes, o que muitas empresas buscam é criar uma relação emocional com os clientes. “Marcas sentimentais costumam ser as mais faladas e queridas pelas pessoas, mesmo que não sejam as líderes do mercado”, afirma Marc Gobé, presidente da Emotional Branding, consultoria americana de construção de marcas. No Brasil, os investimentos em “marcas emocionais” tem se tornado mais forte nos últimos anos. “Com a ascensão da classe C, esse público também tem se permitido a ser mais fiel a uma marca do que ao preço, criando um envolvimento cada vez maior”, diz Machado. Metodologia Realizada em oito das principais capitais brasileiras, a pesquisa da ABA e da Top Brands ouviu 2020 consumidores entre os meses de julho e agosto.

Os questionários se dividiam em duas etapas. Na primeira, os entrevistados eram incentivados a dizer o nome da marca que viesse a cabeça mais rapidamente em cada umdos setores pesquisados. Depois, as pessoas tinham que dar nota de 1 a 5 a diversas empresas em quesitos como grau de satisfação com a marca e desejo de voltar a adquirir produtos dela. “Essa era a parte mais importante, porque foi comessa média que conseguimos determinar o grau de ‘defensores’ de cada umadas marcas”, diz Machado. Segundo ele, a metodologia é parecida com a que costuma ser aplicada em pesquisas realizadas para consumo interno das grandes empresas. “Mas é a única pesquisa desse tipo no Brasil que fica aberta a consulta pública


Veículo: Brasil Econômico



Veja também

Plástico, celulose e papel terão estímulos

Setores terão regime tributário especial semelhante ao da indústria automotiva, com metas ambientai...

Veja mais
J&J muda linha de protetor solar e acirra concorrência

O mercado brasileiro de proteção solar já é o maior do mundo e atrai investimentos crescente...

Veja mais
Varejo de farmácias passa por fase de consolidação

Renda e emprego em alta, juros em queda, envelhecimento da população e um sistema de saúde que deix...

Veja mais
Goodyear investe em pneus urbanos

Com vista em uma demanda que, nas contas da própria empresa, vai crescer a um ritmo anual próximo a 5% at&...

Veja mais
Copa do Mundo e Olimpíada aceleram expansão de postos

A proximidade dos eventos esportivos de que o Brasil será sede, Copa do Mundo e Olimpíada, em 2014 e 2016,...

Veja mais
Indústria condiciona absorção da laranja a ações do governo

Representantes da base produtiva e da indústria processadora de laranja buscam resolver, em conjunto e com apoio ...

Veja mais
Linha branca quer benefício até dezembro

A líder  do mercado brasileiro de eletrodomésticos, Whirlpool, dona das marcas Brastemp, Consul e Kit...

Veja mais
Loja da fabricante da Arno é aposta em marketing

Diferente de concorrentes como Polishop, a estratégia de crescimento da rede Home & Cook, para marcas produzi...

Veja mais
Apostas em transgênicos terão de esperar

Os produtores terão que esperar, ao menos, seis meses para confirmar as apostas no aumento de produtividade e qua...

Veja mais