A concorrência com os importados, que tanto incomoda o setor de calçados, agora também atinge os fabricantes de matérias-primas e insumos calçadistas. O setor faturou US$ 3 bilhões em 2010 e exportou US$ 563 milhões, mas registrou importações em torno de US$ 1,2 bilhão no último ano.
A indústria química também se ressente da entrada de produtos importados. A produção e as vendas internas seguem em baixa, apesar do consumo, que subiu 34% no primeiro semestre. As importações, entretanto, já levam o setor a déficit de US$ 11 bilhões, segundo a Abiquim.
A expectativa de que a indústria de transformação cresça menos do que o Produto Interno Bruto (PIB) este ano é fato preocupante, afirma o diretor do Departamento de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini. De acordo com ele, quando a indústria tem uma expansão superior ao percentual de avanço econômico é sinal de que a alta do PIB será expressiva. "Porém, a indústria de transformação está estagnada e aponta um crescimento de 3 pontos percentuais abaixo do estimado para o PIB", analisa. O mercado, economistas e o governo federal aguardam que o PIB aumente entre 4% e 4,5% neste ano com relação a 2010.
A avaliação do diretor da Fiesp tem como base a sinalização de estabilidade da indústria paulista, de acordo com o Indicador de Nível de Atividade (INA) de junho, divulgado ontem pela Fiesp.
Veículo: DCI