Amis detecta retração no segmento em Minas

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Endividado, consumidor reduziu as compras nos supermercados mineiros

 

O setor supermercadista de Minas Gerais reduziu sua previsão de crescimento neste ano de 5,5% para 4,0%. A revisão foi feita após análise dos levantamentos da Associação Mineira de Supermercados (Amis), que indicaram queda de 1,22% nas vendas do primeiro semestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2010, o setor cresceu 8,15% em relação às vendas de 2009.

 

Segundo a pesquisa "Termômetro de Vendas" da entidade, feita entre empresários de todas as regiões do Estado, o faturamento de junho foi 0,79% menor que o de maio e 2,87% inferior a junho de 2010. Os números negativos foram atribuídos às medidas do governo federal de controle da inflação. Foi a segunda queda consecutiva: em maio, as vendas caíram 8,30% em comparação com abril e 5,19% com maio de 2010.

 

No final de abril, o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues, já admitia a revisão na meta de 2011. Ele declarou novamente que "o remédio (do governo) foi forte demais". Ao contrário do que era previsto das políticas de restrição ao crédito e aumento de juros, os bens duráveis continuaram vendendo bem, na análise do executivo, impulsionados pelo desejo do consumidor e baixo desemprego. "Essas compras endividaram o consumidor, comprometendo sua renda, e aumentando a inadimplência. Então, houve redução no consumo de alimentos, sendo que cada um cortou produtos que eram supérfluos para a sua realidade", explica.

 

O desempenho negativo dos seis primeiros meses deve ser compensado por um segundo semestre mais aquecido. Para fechar o ano com alta de 4%, o setor não vai confiar numa melhoria da economia brasileira. E, sim, no volume, que tradicionalmente é maior, e na comparação com uma base que já não era tão forte no segundo semestre de 2010.

 

Tendência - Apesar do fechamento positivo, a tendência apurada em junho trouxe preocupação e pessimismo no planejamento dos supermercadistas para 2012. Eles temem que as medidas governamentais interrompam o ciclo virtuoso que envolve vendas, investimentos e empregos.

 

"Essas medidas demoram um pouco para surtir efeito, mas sabemos que depois que funcionam é difícil começar a crescer novamente. Não faremos contratações acima do que estava previsto, e por ora não pensamos em demissão apenas porque já havia carência de mão de obra", revela Adilson Rodrigues.

 

Na apuração regional, o termômetro das vendas de junho só foi positivo no Norte de Minas (0,56%) e Rio Doce (1%). Índices que na interpretação da Amis dependeram de mercados locais com alta circulação de dinheiro, devido a economias onde a exportação de minério é significativa.

 

As demais regiões registraram quedas, a maior delas na Central (-2,30%), seguida por Sul (-0,84%), Triângulo Mineiro (-0,76%), Zona da Mata (-0,44%), e Centro-Oeste (-0,03%). " justamente na região Central, onde os serviços são predominantes, que o dinheiro saiu para o setor financeiro. Há grande endividamento alimentando um círculo perigoso. Isso gera pobreza e as pessoas deixam de comprar", reclama o superintendente.

 

Super Nosso - Na contramão do setor, o Super Nosso Gourmet informou que suas vendas aumentaram 20% no semestre, na comparação com o ano passado, desconsiderando as novas lojas. O diretor Rodolfo Nejm acredita que o avanço foi por causa do crescimento econômico, que propiciou que mais pessoas comprassem supérfluos importados.

 

Esses produtos representam 10% do faturamento da empresa. Geléias, azeites, vinhos, massas e biscoitos são os mais vendidos. O dólar baixo facilitou a importação desses itens. Nejm calcula que o Super Nosso Gourmet fechará o ano com crescimento de 25% em relação a 2010.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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