Indústria de SP prevê produção 13% maior este ano

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O Indicador de Nível de Atividade (INA), que mede o desempenho da indústria paulista de transformação, terá um crescimento de 13% em 2010, segundo estimativa feita pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), responsável pelo índice.

 

Paulo Francini, diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos da entidade, diz que a projeção leva em conta as perspectivas de expansão da economia brasileira, principalmente da indústria, e o espaço ainda folgado para a recuperação. "O crescimento da indústria paulista não provocará uma pressão suficiente para dar margem a um movimento de alta no juro por parte do Banco Central", avalia.

 

Em janeiro, o INA subiu 0,4% na comparação com o mês anterior, considerados os ajustes sazonais. Sem ajuste, a atividade da indústria de transformação caiu 4,5%. "O desempenho está em linha com o registrado neste período em anos anteriores. Não traz surpresas quanto à trajetória que estamos percorrendo", disse Francini.

 

Em relação ao mesmo período de 2009, o índice teve avanço de 18%, reflexo da base baixa de comparação no ano passado, quando o setor amargava perdas decorrentes da crise financeira mundial. Trata-se do melhor desempenho desde 2001 nas comparações com o mesmo mês do ano anterior. Nos últimos 12 meses, o INA caiu 6,2%.

 

Entre os setores industriais, a Fiesp chamou atenção para a queda de 9% em alimentos e bebidas, na série sem ajuste sazonal. Segundo Francini, o dado foi influenciado pelas condições climáticas adversas, geradas pelo aumento das chuvas no começo do ano. "O campo, por exemplo, ficou paralisado e não pode dar continuidade ao corte de cana. Com a menor produção, houve recuo na receita e no faturamento das usinas", explicou.

 

Francini ainda destacou dois setores que estão em fase de recuperação. Metalurgia apresentou crescimento de 2% no mês passado e 11,3% na comparação com janeiro de 2009. "Este setor, entretanto, tem folga para avançar mais, uma vez que o seu nível de uso da capacidade instalada (Nuci) está em 83,9%, quando devia operar acima de 90%."

 

O setor de máquinas e equipamentos, por sua vez, caiu 6,9% no confronto entre janeiro e dezembro. Em relação a janeiro de 2009, no entanto, ocorreu alta significativa de 28,1%. Para Francini, este número indica que os investimentos no segmento estão voltando com força. "Este resultado mostra que as indústrias foram às compras para se reequipar, modernizar e aumentar o processo produtivo", ponderou o diretor da Fiesp.

 

Em janeiro, o Nuci da indústria de transformação paulista, já com ajuste, ficou em 81,7%, abaixo dos 82,4% de dezembro passado, mas acima dos 78,8% de janeiro de 2009. As vendas reais da indústria registraram baixa de 21,2% em janeiro em relação a dezembro, sem considerar ajuste sazonal. No comparativo com o primeiro mês de 2009, as vendas declinaram 0,4%. O total de salários pagos caiu 5,5% em janeiro, perante dezembro, sem ajuste.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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