Vendas no comércio têm 7ª alta seguida

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Calor e corte do IPI puxaram vendas de eletrodomésticos em novembro

 

O aumento da temperatura ajudou a elevar as vendas do varejo em novembro. Com forte contribuição de eletrodomésticos e alimentos, esse segmento cresceu 1,1% em relação a outubro, no sétimo aumento seguido na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE.

 

As vendas de móveis e eletrodomésticos subiram 5,9% nessa comparação, embaladas pelos incentivos fiscais e pelo forte consumo de ventiladores e ar-condicionado. Na comparação com novembro de 2008, o varejo cresceu 8,7% e a expectativa é de aceleração no ritmo.

 

O técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE, Nilo Lopes, atribui a expansão das vendas de móveis e eletrodomésticos - de 13,9% ante igual mês de 2008- à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) desses produtos e "às altas temperaturas no final da primavera, que aumentaram muito as vendas de ar-condicionado e ventiladores".

 

Lopes disse ainda que pode ter ocorrido antecipação de compras de Natal. Mas destaca que, apesar do ótimo desempenho dos eletrodomésticos, os produtos alimentícios continuam determinando os resultados dos varejistas. Com maior peso na pesquisa (quase 40%), essa atividade teve aumento nas vendas de 8,2% em comparação a novembro de 2008 e foi responsável, sozinha, por 45% do resultado total do varejo nessa base de comparação.

 

Mesmo antes do fechamento dos resultados de 2009, a avaliação de Lopes é que o comércio está superando com louvor os efeitos da crise econômica, com expectativas positivas para os próximos meses.

 

"O cenário hoje é bem mais favorável do que em novembro do ano passado, quando os efeitos da crise eram fortes na economia brasileira. Agora há mais confiança do consumidor e expectativas positivas dos empresários, além de disponibilidade maior de crédito e continuidade do aumento da renda", afirmou. No acumulado de janeiro a novembro, as vendas do comércio aumentaram 5,5%.

 

O economista da LCA Consultores Douglas Uemura concorda. Para ele, o crescimento estimado de 6% nas vendas totais do comércio em 2009, cujos dados serão apresentados pelo IBGE em fevereiro, ainda que mostre um resultado pior que do ano anterior (9,1%), é "um número muito bom, considerando que foi um ano de crise".

 

Segundo Douglas, esse resultado previsto reforça a percepção de que a demanda doméstica sustentou a recuperação da economia brasileira. Para 2010, a expectativa é que essa evolução prossiga e o varejo registre expansão de 7,5% em relação a 2009, sustentado principalmente por bens duráveis.

 

A economista da Rosenberg & Associados Fernanda Feil observa que os varejo não chegou a ser tão afetado pela crise. Para a economista, os sinais são de que o varejo inicia 2010 também em expansão, ainda que respeitando as características sazonais desta época do ano. "Janeiro é pior do que dezembro, mas, descontados os efeitos sazonais, a tendência deve ser de alta", diz a economista.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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