Consumo supera o período pré-crise

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Melhora da economia e estímulos tributários levam famílias a comprarem 3,9% mais no trimestre

 

A recuperação da economia no terceiro trimestre ajudou a mudar radicalmente a vida do paulistano Wellington Alves da Silva, de 21 anos. Desempregado desde dezembro de 2008, no auge da crise global, Silva conseguiu voltar ao mercado de trabalho no fim de julho. Contratado pelo Pão de Açúcar para trabalhar na seção de hortifrútis de uma loja da rede de supermercados na capital paulista, ele passou a ganhar R$ 200 a mais do que recebia no emprego anterior de operador de telemarketing.

 

Com isso, Silva também voltou às compras e aproveitou as desonerações fiscais feitas pelo governo para eletrodomésticos da chamada linha branca. Além do salário maior, ele tem o benefício indireto de parcelar suas compras nas lojas do Grupo Pão de Açúcar sem pagar juros, por meio de cartão especial para funcionários, que ainda dá direito a um desconto de 5%, cujos gastos são debitados em folha de pagamento. Depois que começou no emprego novo, Silva já comprou uma geladeira, uma lavadora de roupas e um forno de micro-ondas.

 

"Gastei cerca de R$ 2,5 mil, mas não ficou pesado porque o pagamento da geleira foi dividido em 12 meses e o da lavadora e do micro-ondas, em seis", conta o trabalhador. Casado e pai de uma filha de seis anos, Silva tem planos de realizar o sonho de começar a construir a casa própria no ano que vem.

 

O caso da família Silva é apenas um exemplo do que ocorreu com boa parte das famílias brasileiras. Dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados ontem pelo IBGE mostram que esse consumo já superou os patamares do período pré-crise. No terceiro trimestre deste ano, o consumo das famílias brasileiras cresceu 3,9% em relação ao verificado entre julho e setembro de 2008, período que antecedeu o aprofundamento da crise financeira global.

 

A professora de educação infantil Damaris Souza Queiróz, moradora de Pirituba, na região norte de São Paulo, também passou por momentos difíceis no início do ano, quando o marido, que trabalha em uma metalúrgica, ficou desempregado. Ela precisou arcar com as despesas da casa até as coisas começarem a melhorar. Em julho, ele recuperou o antigo emprego, o que deu uma folga no orçamento.

 

Agora ela faz planos para o Natal. Junto com os filhos Vinícius, de dois anos, e Vitor, de um ano, pesquisavam preços de eletrodomésticos em um hipermercado na Freguesia do Ó, bairro vizinho. Ela pretende usar o dinheiro extra do décimo terceiro salário para renovar a cozinha. Pretende comprar uma geladeira e um fogão novos. "Prefiro comprar à vista para começar o ano de 2010 sem dívidas", conta Damaris.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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