Pressão de alimentos no IPCA de novembro não preocupa analistas

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A aceleração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em novembro - a alta foi de 0,41% - foi concentrada em alimentos e, embora inicie uma trajetória de altas, não preocupa os analistas do mercado. A pressão dos alimentos, no entanto, não é generalizada. Mais que isso: deve se dissipar até o fim do ano.

 

Em novembro, os preços de alimentos e bebidas saíram de uma queda de -0,09% em outubro para uma elevação de 0,58%, contribuindo com 0,13 pontos percentuais no índice consolidado. A alta é concentrada em itens in natura, como tubérculos (de 4,74% em outubro para 11,03% em novembro), que já pressionavam o IPCA-15 do mês passado. Produtos como batata-inglesa chegaram a ficar 26,06% mais caros no período de 30 dias, contribuindo com 0,06 pontos no IPCA. Refeição fora de casa, rubrica que sazonalmente pressiona a inflação, aumentou 0,91%, somando mais 0,04% ao índice cheio.

 

"Os produtos in natura iniciariam descompressão imediata, em dezembro, mas as seguidas chuvas, principalmente em São Paulo, certamente vão afetar a oferta", afirma Francis Kinder, economista da Rosenberg & Associados. O analista aponta para os estragos produzidos pelo alagamento na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) anteontem como um dos possíveis eixos de pressão inflacionária. "Devemos ter nova rodada de alta em dezembro, mas em janeiro isso dilui naturalmente", avalia.

 

A elevação não foi maior porque, dentro do próprio item de produtos alimentícios, houve deflação de cereais. "A queda nos preços de itens básicos para nossa cultura, como arroz e feijão, se consolidou ao longo do ano", diz Kinder. Até novembro, o preço do arroz caiu -12,36%, enquanto feijão carioca e feijão preto ficaram 34,92% e 42,66% mais baratos, respectivamente. "Foi um movimento importante porque desarticulou a enorme alta que esses produtos registraram no ano passado."

 

A inflação medida pelo IPCA, por sua vez, inicia trajetória de alta, uma vez que o primeiro trimestre de 2010 deve concentrar diferentes oscilações - para cima - nos preços administrados e em educação. Nos primeiros três meses do ano haverá reajuste nas tarifas de transporte público em várias capitais - em São Paulo, com peso de quase um terço no item, o reajuste ocorre em janeiro -, além da alta em material escolar, em fevereiro.

 

Veículo: Valor Econômico


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